sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz Ano de 2008 - A Luta Continua

Espero que o ano que agora vai entrar traga para todos mais paz, neste mundo conturbado onde vivemos. A luta vai continuar enquanto existir injustiças, enquanto existir esta desigualdade social, enquanto existirem uns a ter tudo e outros a não ter nada, enquanto existir fome, miséria, pobreza..., esta luta vai ser de todos nos. Temos o direito e também o dever de fazer do mundo onde vivemos um local onde possamos ter as mesmas oportunidades e não estarmos dependentes dos restos dos ricos, das migalhas que nos dão, das esmolas de salários que nos pagam, enquanto eles enchem os bolsos a custa do nosso trabalho. Riqueza só se produz com o trabalho e eu nunca vi nenhum homem enriquecer sem explorar outro.
Os meus votos para este ano que agora vai começar são de uma maior justiça social onde a riqueza produzida por todos seja mais distribuidada para que não exista esta discrepância tão grande entre ricos e pobres. Um dos grandes flagelos de Portugal e sem duvida o desemprego, espero que os nossos governantes tenham isso em atenção pois existem neste momento muitas famílias a passar grandes dificuldades. Uma atenção também para os nossos reformados que ganham menos de 200 euros por mês, muitos deles vivem na mais pura miséria. Pobres não são os que pedem na rua. A pobreza e sempre envergonhada e essa esta escondida.
Um bom ano para 2008. A Luta Continua.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Srs Deputados: " Tenho Direito de Privacidade "

Segundo a lei aprovada recentemente pelos dois maiores partidos nacionais, terão os partidos políticos de fazer prova perante o Tribunal Constitucional das listas dos seus militantes.
Penso ser este um mal começo para uma lei injusta e que vai destroçar a identidade democrática. Já aqui referi num outro artigo que estes dois partidos querem pela força de um decreto perpetuar-se no poder partilhando o espaço alternadamente, para assim satisfazer aqueles que se servem do poder para beneficio próprio. Mas a coisa agora fia ainda mais fino, querem pela lei criada, que os partidos dêem a lista dos seus militantes anualmente.
Gostaria de perguntar onde fica a salvaguarda a nossa independência como cidadãos. Temos ou não direito a nossa privacidade ?
Pode o poder instalado ficar a saber qual o meu sentido de voto ?
Não nego nem nunca negarei que sou militante do PCP, mas isso não implica que a minha ficha de militante tenha de ser dada ao Tribunal Constitucional, para assim fazer parte de alguma lista de dados criada para efeitos menos próprios ( não vou na cantiga, como eles dizem que vão destruir essas listas depois de consultadas). Não concordo e espero que o meu partido se negue a tamanha monstruosidade. Pertenço a um partido em que muitos dos seus militantes foram mortos porque se negavam a dar informações de quem era militante, para assim preservar a continuidade do Partido. Nos tempos que correm muita coisa pode acontecer e sabe-se perfeitamente que os comunistas são sempre um alvo a abater, sempre o foram, incomodam muita gente, sempre incomodaram.
Estes "socialistas" querem agora saber quem somos nos, querem controlar a nossa actividade partidária. Muito me admira certos moralistas que existem dentro do PS e que se dizem de esquerda como o Sr. Manuel Alegre e mais alguns, ainda pertençam a um partido politico que como já disse aqui muitas vezes de socialista só mesmo o nome. Apregoar aos sete ventos que se esta contra certas medidas mas depois na pratica vota-las com a tal ridícula "declaração de voto" como este senhor faz, penso não ser a opção mais correcta. Estas são leis mais parecidas com as do antigo regime do que leis de um estado Democrático.
Apelo a indignação geral de todos quantos ao longo destes anos deram a sua vida pela liberdade, mesmo muitos socialistas militantes, para que se insurjam contra esta lei e que não deixem que a liberdade individual seja posta em causa. A Constituição da Republica Portuguesa protege todos os cidadãos, espero que o Presidente da Republica a faça cumprir e vete a lei.

Oscar Niemeyer - Biografia


Oscar Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro RJ 1907). Arquitecto. Forma-se, em 1934, em arquitectura pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Nesse período, frequenta o escritório de Lúcio Costa. Em 1936, integra a comissão formada para definir os planos da sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, sob supervisão de Le Corbusier, a quem assiste, como desenhista, durante sua estada de três semanas na cidade. Apresenta a solução adotada na construção do edifício, baseada no primeiro projecto do arquitecto suíço. Entre 1940 e 1944, projecta, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o conjunto arquitetônico da Pampulha, que se configura num marco de sua obra. Em 1945 filia-se no Partido Comunista Brasileiro, onde se mantém ate aos dias de hoje. Em 1947, é convidado pela ONU a participar da comissão de arquitectos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. O seu projecto, associado ao de Le Corbusier, é escolhido como base do plano definitivo. No Rio de Janeiro, em 1955, funda a revista Módulo. Em 1956, inicia, a convite do presidente da República, JK, colaboração na construção da nova capital, cujo plano urbanístico é confiado a Lúcio Costa. Em 1958, é nomeado arquitecto-chefe da nova capital e transfere-se para Brasília, onde permanece até 1960. Em 1972, abre um escritório em Paris. Autor de extensa obra no Brasil, realiza também grande número de projectos no exterior, como a sede do Partido Comunista Francês, em Paris, 1967; a Universidade de Constantine, na Argélia, 1968; a sede da Editora Mondadori, em Milão, 1968. Tem sua obra exposta em mostras individuais, como Oscar Niemeyer, L'Architecte de Brasília, no Musée des Arts Décoratifs, Paris, 1965; Oscar Niemeyer 80 Anos, no MAM/RJ, 1987; Oscar Niemeyer: escultura, no MAC/Niterói, 1999, entre outras; e coletivas como From Aleijadinho to Niemeyer, no Salão de Exposições da ONU, Nova York, 1983, e Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal, São Paulo, 1984. Recebe, entre muitas outras homenagens e distinções, a Ordem de Comendador das Artes e Letras e a Medalha de Ouro da Academia de Arquitectura de Paris, 1982; o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de São Paulo, 1995; e o Prémio Leão de Ouro, na 6ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza, 1996.

Ainda nos dias de hoje continua a trabalhar. A sua vida foi pautada pelo luta em defesa dos mais fracos e oprimidos. Nunca se rendeu ao poder do capitalismo. Esteve sempre do lado certo. Um homem com uma formação moral e intelectual acima da media. Sem duvida um cidadão do mundo.

Oscar Niemeyer fez cem anos



"O importante é a vida"
É com esta simplicidade que Oscar Niemeyer, desenrolando as evidências com a mesma certeza da mão que risca no papel um dos seus projectos extraordinários, se revela o Homem em que vive, em estreita convivialidade, o comunista e o arquitecto. Realidades que nunca se dissociam, surgindo a cada passo da sua vida evidenciando uma genialidade e uma generosidade, ambas legendárias.
«A Arquitectura? Vale a pena repetir: o importante é a vida, os amigos, este mundo injusto que devemos mudar. O resto…Vivemos num regime capitalista,e os seus governantes, por mais progressistas que sejam, nada de essencial nos oferecem. Representam essa sociedade de classes, de ricos e pobres, de sem-terra,de sem-tecto, que só a revolução pode modificar.»(1)

Generosidade transbordante não só nos gestos mais triviais, cujo relato incomoda Oscar, mas os mais grandiosos, como o de ter prescindido de ser o titular do projecto do edíficio-sede das Nações Unidas em favor de Le Corbusier, por saber do extremo empenho desse seu mestre, amigo e admirador, em o realizar. Deixar de ser autor desse projecto emblemático para se tornar um quase anónimo colaborador, depois de ter ganho o concurso público internacional quando Niemeyer, embora já sendo conhecido, ainda estava muito longe da fama que uns anos depois adquiriu por mérito próprio, é certamente incompreensível para a esmagadora maioria dos arquitectos contemporâneos, cavalos de raça: arquitectura, prémio, medalha no dizer pitoresco de Paulo Mendes da Rocha, gente que se morde sem olhar a meios à porta de papel couché das revistas do glamour arquitectónico e que considera os concursos prescindíveis a favor da entrega directa de obras desde que seja a si-próprio, a mais das vezes em função de um mérito adquirido em suado marketing.Nos antípodas dessa gente está o comunista, o arquitecto, o homem Oscar Niemeyer, a infinita grandeza de alma num corpo fisicamente pequeno de incomensurável estatura humana, de trasbordante imaginação e criatividade que o tornam no arquitecto do século XX, no político sem desvios ideológicos, numa das figuras centrais do seu tempo e da História de todo o sempre.A arquitectura de Niemeyer rapidamente começou a ser conhecida. Logo nas primeiras obras o arquitecto libertava-se dos frios constrangimentos da função, sem deixar de a cumprir com rigor, para expandir a imaginação explorando até ao limite as possibilidades técnicas proporcionadas pelos novos materiais de construção. Libertava-se dos espartilhos do modernismo mais extremo, com uma linguagem muito própria que fazia a leitura dos lugares geográficos, da sua realidade física para dar corpo a objectos arquitectónicos incomparáveis. Quando Niemeyer diz que a natureza desconhece a linha recta, não está a fazer retórica, está a estabelecer um diálogo aberto entre a arquitectura e a natureza e a transpor esse diálogo para um desenho substantivo que desenvolve com mestria sem supérfluos. Nada é dispensável e tudo se torna e descobre coerente. Niemeyer não desenha contra a natureza, esteja ela virgem de sinais construídos ou poluída por ordenamentos ou desordenamentos edificados. Recupera-a para fazer da natureza material de arquitectura. É assim dos seus primeiros aos últimos projectos: na Pampulha, a deslumbrante curva parabólica da Igreja de S. Franscisco de Assis a fazer desaparecer paredes e cobertura unindo-as numa forma única; o edifício Copan, em S. Paulo, corpo ondulante de movimento sublinhado pela sobreposição de finas linhas horizontais, ameaçando ir até à lua, fronteira entre o interior e o exterior de grande delicadeza e sensualidade que adquire uma enorme força visual atirando para segundo plano a solução técnica encontrada para, em curva e contracurva, contraventar o corpo edificado e resolver a dificuldade de construir com aquela dimensão sem recurso a pesada estrutura; continua a ser assim na sede do Partido Comunista Francês em Paris onde o terreno onde está implantado é radicalmente transformado por um edifício que parece flutuar atrás de uma cúpula que marca a confluência de duas avenidas limítrofes que fazem duro e apertado ângulo agudo; continua a ser assim no Museu de Arte Contemporânea em Niteroi, flor-ovni suspenso no extremo de uma falésia à beira mar. Quase cem anos entre o primeiro e o mais recente projecto, a imaginação que se plasma nos desenhos contínua jovem para assombro do mundo. Poder-se-ia desfiar o resto do rol de projectos de arquitectura que continuam a sair da mão, sobretudo da cabeça genial de Niemeyer para continuar a descobrir em cada um deles a extraordinária inventiva que se, por um lado, libertou a arquitectura dos espartilhos funcionais que a esqueletizavam, apagando o valor da forma arquitectónica para se satisfazerem na aridez de ver o tubo digestivo funcionar com precisão relojoeira, por outro, nunca resvalou nos maneirismos patéticos que subalternizam o uso para que se projecta acenando com as gloríolas de frustres iconografias, um decorativismo de adereços que enxameiam até ao bocejo as revistas de arquitectura. Próximo do seu modo de pensar e fazer arquitectura estiveram os construtivistas soviéticos explorando novos materiais, novas técnicas levando o «espaço arquitectural» aos limites da imaginação desamarrando-se do racionalismo funcional sem perder o seu sentido.Arquitectura e políticaLá está Brasília para o mostrar! O tempo em que se projectou a cidade, quatro anos apenas, ainda continua a espantar o próprio Niemeyer e é bem reveladora da espantosa intuição, feita de muito e muito trabalho, do arquitecto que, com um traço despojado, desenha com extraordinária clareza edifícios monumentais e blocos habitacionais dando corpo ao plano piloto de Lúcio Costa. É igualmente emocionante olhar para os projectos construídos e olhar para os desenhos desses projectos. O que desilude Óscar é que a «sua» cidade que só será «sua» quando houver uma outra política mais justa, uma sociedade sem classes. Essa sociedade burguesa, capitalista que rasteirou miseravelmente o que projectou e construiu em Brasília conseguindo com um artificio malévolo na aplicação das celebradas leis do mercado impor a discriminação social entre as duas alas habitacionais com tipologias rigorosamente iguais, impondo preços de venda e aluguer brutalmente diferentes entre a ala nascente e a poente. Será porque o sol que nasce de um lado é diferente do que se põe no outro? Não, o sol quando nasce neste mundo não é igual para todos.«Você é arquitecto para fazer o quê? Uma excepção ou outra!? No Brasil faltam doze milhões de habitações e você é arquitecto para esperar por um cliente rico, para fazer um palácio, um teatro, um museu? Você vai fazer uma casa diferente de outra, de “arquitecto”? Ter obras de arquitectura como facto isolado, não faz sentido», diz Paulo Mendes da Rocha. Assim pensa também Óscar Niemeyer a fazer centenas de obras de excepcionais, sejam as escolas que acaba de desenhar para oferecer a Cuba em que ele quer que a arquitectura seja um incentivo para o prazer de aprender seja na catedral de Brasília, deslumbrante vista do exterior mais deslumbrante, se possível, quando se percorre um corredor enterrado, obscurecido para, subitamente, se ter uma explosão de luz coada por vitrais fantásticos ou na forma aparentemente simples do Hotel Casino do Funchal, que marca a paisagem e o turismo da Madeira de forma diferente, exemplar.A luta vale a penaA revolta de Niemeyer cresce com as injustiças, com a exploração, a violência, legal ou ilegal, que é o ADN desta sociedade. «Às vezes o (José Aparecido) nas suas idas às cidades-satélites. Logo um grupo de moradores o cerca, aflito por velhas promessas – promessas centenárias – a implorar ajuda dos sucessivos governantes. Pedidos humildes, mas fundamentais para os que lutam por subsistir, dentro dessa discriminação odiosa que o capitalismo institui. Não reivindicam casa para morar, mas apenas um pedaço de terra que também lhes pertence e que nada representa num país imenso, um verdadeiro continente. Passei a compreender então como nós, arquitectos, estávamos enganados quando pensávamos nos grandes complexos populares, nas casas pré-fabricadas, moduladas e económicas, que a técnica actual oferece. E senti, dentro da realidade brasileira, que a miséria do povo é maior, muito maior – tão grande que os nossos irmãos mais pobres só reclamam um pequeno lote onde possam construir seus míseros barracos.» (2) A arquitectura? Indigna-se com a sociedade capitalista, indigna-se quando partidos comunistas perdem o espírito revolucionário, acomodando-se até miserável apagamento. O seu compromisso enquanto homem e arquitecto é, sempre foi, político e social.«Afinal o que vocês comunistas pretendem? Mudar a sociedade respondi. O homem dirigiu-se ao rapaz que batia á máquina: escreve aí… mudar a sociedade. E o dactilógrafo, voltando-se para mim, retrucou: Vai ser difícil.» (3)Pois vai, camarada Niemeyer, pois vai mas olhando para ti, olhando para a tua arquitectura, para os cem anos de vida que acabaste de celebrar, sabemos que, sem nenhuma esperança teológica, se fará. Não se pode é desistir de lutar.

(1) O comunismo, os comunistas continuam a incomodar muita gente. Um tal Rui Caruana, arquitecto, deduz, no Ypsilon do Público, que «o Óscar escolheu entre dois monstros. Entre Estaline e Hitler, escolheu seguir aquele que não defendia a supremacia de uma raça sobre a outra». O jornalista conclui que isto é contextualizar. Quando se levanta um pouco a tampa da cabeça dessas criaturas o fedor é insuportável e revela imediatamente o seu conteúdo.

(2) Citando parte deste texto de Niemeyer, a celebrada historiadora de arquitectura e arquitecta Ana Vaz Milheiro consegue extrair a tese extraordinária que é a do fim da inocência da arquitectura que a aliviam de compromissos ideológicos e sociais que impediam a sua progressão. O resto do texto tem outras teses de jaez equivalente. Ou isto se inscreve na vigarice intelectual normal que permite as mais mirabolantes piruetas ou a velocidade de circulação da senhora é muito reduzida. Provavelmente estão as duas hipóteses correctas.

(3) Relato de Óscar Niemeyer de um interrogatório policial a que foi submetido.


(Texto de Manuel Augusto Araujo tirado do Jornal Avante)

PS quer controlar BCP


O PS está neste momento a tentar controlar o maior Banco Português privado. Em troca o PPD/PSD quer ficar com a direcção da Caixa Geral de Depósitos. Grave muito grave o que se esta a passar. Continuam os dois maiores partidos a fazer coligações para servir as suas clientelas politicas. Isto aqui nesta terra quem não tiver cartão de militante de um destes dois não se safa.

Ninguém denuncia os empréstimos feitos a accionistas do Banco. Isto parece mais uma terra sem rei nem Roque, ninguém vai preso. A um pobre que roube chama-se Ladrão, um rico faz um Desfalque. Jogos de interesses estão por de traz destas situações que tem acontecido no Millenium / BCP.

Sendo um imperativo reclamar o esclarecimento e o apuramento de responsabilidades sobre as tais situações «gravíssimas», o que este novo episódio vem confirmar, é que por detrás do sistema financeiro, há uma realidade oculta por onde circulam vastas somas de capital sem controlo, um mundo onde o segredo é não só a alma mas a regra do negócio. O nervosismo e o frenesim que se apoderou desta gente, o seu estado de inquietação e desconforto, em claro contraste com a majestática imagem com que os bancos se gostam de apresentar, é revelador de que a maioria de nós não sabe da missa nem a metade. Nos não sabemos mas eles sabem muito bem. Indigna-me esta situação.
Tenho vergonha de ter gente desta a governar a minha terra.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Prenda de Natal de Socrates


Agora começo a perceber porque o nosso primeiro oferece GPS a toda a gente. Anda tudo perdido e andam a ver se encontram uma saída neste caminho atribulado em que nos meteram. Ontem durante o almoço de Natal com os ministros do seu Governo - a que se juntaram depois os secretários de Estado para o café ( não havia comer que chegasse para tanta gente) - Sócrates ofereceu a cada um dos governantes aparelhos GPS com tecnologia portuguesa. Oferecer GPS tem sido, aliás, uma das "manias" do primeiro-ministro durante este ano. Em 25 de Outubro passado, ofereceu um aparelho destes ao Presidente russo Vladimir Putin, por ocasião da cimeira União Europeia-Rússia, em Mafra. José Sócrates já tinha dado a mesma prenda aos chefes de Governo e de Estado que vieram a Lisboa para a cimeira informal da União Europeia que reuniu em 19 e 20 de Outubro. Os que deu agora devem ter sobrado dessa altura. Não devem ter chegado para dar aos Chefes de Estado da Cimeira de África (era muita gente), por isso deu agora os que tinha em stock.
Podia ter escolhido outra prenda que poderia ser um par de patins, assim sempre podiam ser corridos todos mais depressa.

Prenda de Natal para a Juventude


Depois de governos anteriores terem tirado o credito jovem bonificado e arranjado um outro sistema para apoiar os jovens para o aluguer de casa, os "socialistas" preparam-se para dar mais uma prenda a estes mesmos jovens e vão alterar a lei que regula este mesmo incentivo, alterando os seus critérios. Só para se perceber bem, a grande maioria dos jovens candidatos ao subsidio vai deixar de o ser e para cumulo serão precisamente aqueles que menos ganham que vão deixar de o receber.
Decorreu ontem em Lisboa, Porto e Coimbra protestos contra este novo sistema de apoio ao arrendamento jovem, cujas candidaturas da primeira fase foram alargadas até ao próximo dia 28. Os jovens envolvidos nessas acções contestaram as regras do programa, nomeadamente os tectos máximos definidos para as rendas a apoiar, considerando-os "perfeitamente irrealistas".O Porta 65 veio substituir, este ano, o Incentivo ao Arrendamento Jovem (IAJ), e ao contrário do anterior programa (que chegava a comparticipar as rendas em 75%), o actual apenas comparticipa até metade do valor, e dentro de determinadas condições.Se for um T1 em Lisboa, a renda não pode ser superior a 340 euros por mês. Se for no Porto, só pode ir até 220 euros, segundo a portaria do novo programa."Os valores agora propostos foram definidos com base numa análise objectiva, tendo em conta os dados do INE e a informação de que o Instituto da Habitação dispunha dos contratos do IAJ do ano anterior", disse o secretário de Estado João Ferrão.
Mas que raio de tectos são estes. Onde e que estes senhores vivem para pensarem que existem rendas em Lisboa ou no Porto por estes preços. Dão com uma mão e tiram ao mesmo tempo com as duas. Ficam mais pobres os pobres dos jovens. E ainda querem eles que se aumente a população. Por este motivo e por muitos outros e que os jovens cada vez casam menos e se o fazem ficam a viver em casa dos pais. Estes "socialistas" dão com cada prenda de Natal.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

"Quando um Homem Quiser"




"Quando um Homem Quiser”



Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme

Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigoÉs meu irmão



Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei

Fatias de tristeza em cada alegre bolo rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo És meu irmão




Poema de Ary dos Santos

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

" O Espírito da Quadra"


Anda tudo louco. As ruas andam cheias de gente, tudo anda num reboliço, de um lado para o outro, toda a gente têm pressa de chegar a um sítio, não interessa onde seja, o importante é chegar. Encontrões, solavancos, mais uns apertões, mais uma corrida para apanhar a loja ainda aberta, ter atenção ao carro mal estacionado por causa da multa. E ainda temos de levar com a simpatia de todo o gente que julga que por ser Natal todos os males do mundo se resolvem porque de repente temos o “ Espírito da Quadra”. Sempre ouvi dizer esta frase nesta altura.
Mas que raio de espírito é este ???
Só nesta altura é que olhamos para o lado e vemos de facto as pessoas ???
Quer dizer o resto do ano andamos ás cegas. Colocamos uma venda nos olhos e nem sequer reparamos nos outros. O “Espírito da Quadra” penso que não será bem isto. Não são precisas prendas para agradarmos aqueles que mais amamos, muitas das vezes basta uma palavra, basta um gesto, para confortamos aqueles que mais queremos. Quando deixarmos de entender o Natal como uma quadra de consumismo em que muita gente compra tudo e mais alguma coisa (até merda ensacada, caso estivesse à venda), e se cingisse ao essencial, aquilo que verdadeiramente faz falta , ai sim teríamos o espírito da “coisa” todos os dias. Talvez assim não existisse tanta injustiça nesse mundo e aqueles que têm dinheiro pensassem que o Mundo não gira à volta dos milhões que “roubam” aqueles que produzem para lhes encher os bolsos.

Festejemos o Natal todos os dias do ano, amando, rindo, prestando ajuda, sendo solidários, lutando ao lado daqueles que sofrem porque perderam o emprego, porque estão doentes, porque estão sozinhos. Este sim é o tal “Espírito da Quadra” que eu compreendo que deve existir, o outro eu abomino cada vez mais.

O Natal dos que perdem o Trabalho


O Sol quando nasce deveria ser para todos. Assim como o Natal. Mas sabemos bem que isso não corresponde a realidade. Mais uma fabrica a fechar e o patrão a tentar deslocar a maquinaria para fora do pais. Desde a passada sexta-feira que 90 trabalhadoras de uma fabrica de confecções em Lousada estão de vigília para garantir os seus direitos.
O patrão alemão tinha mandado embalar as máquinas e cinco camiões preparavam-se para carregar o equipamento e levar tudo dali. Pela calada, Imediatamente, as trabalhadoras apareceram na fábrica. Foram informadas que acabavam de ser despedidas.

Falta de trabalho nunca existiu, existe sim a ganancia de ganhar mais e mais. Com sete outras fábricas na Tunísia, onde a mão-de-obra é mais barata, este empresário prepara com afinco o seu Natal, esquecendo estas mulheres que também são gente como ele.

Aproveitam alguns esta época para fazer as sua benfeitoria e festas de solidariedade para quem mais precisa. Mas destas mulheres ninguém se vai lembrar na noite de Natal. E sei que elas vão estar ali, a porta da fabrica, numa noite que possivelmente será fria e sem solidariedade daqueles que podem resolver o problema.

Viva a Globalização, Viva o Natal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O Tratrado dos Tristes

Quer queiramos quer não, existem duas Europas, a dos ricos e poderosos e a dos pobres e subjugados. Infelizmente a segunda, predominante entre os Estados membros faz com que estados como Portugal se ajoelhem aos grandes de uma Europa tecnocrata e financeira, onde os interesses sociais são levados para segundo plano. Nos Portugueses cada vez nos afastamos desta segunda vaga de europeus para passarmos a ser, qualquer dia, uma região deste vasto estado que pretendem criar, o estado federalista. Perdemos soberania, poder de decisão, estamos aos poucos a perder a nossa identidade cultural e ate humana, para nos tornarmos igual aos outros neste grande emaranhado de países de "Fast-Food" que querem fazer desta UE.
Este tratado agora assinado é sem duvida um péssimo exemplo da forma como a Democracia é encarada pelas cúpulas da União Europeia. Contornar a vontade popular numa questão desta envergadura mostra até que ponto a União Europeia é uma coisa e a Europa é outra, completamente diferente. Cada vez mais as decisões referentes à nossa vida são tomadas por um conjunto de burocratas mais ou menos desconhecidos e que se guiam por uma filosofia (chamemos-lhe assim) obscura e ditada ao sabor dos interesses dos grandes países europeus, nomeadamente a França e a Alemanha.Não estou a ver bem como tudo isto irá acabar mas, com o tempo, esta União dos eurocratas irá definhar e morrer de morte mais ou menos natural. Disso podem estar certos. O povo a seu tempo vai abrir os olhos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

"Milagres " em Cuba



Quem viu não ficou indiferente. A reportagem dada ontem na TVI sobre uma Clínica de Reabilitação em Cuba foi elucidativa de como se devem tratar pessoas que por muitas e variadas razoes são "diferentes" das demais. São muitos os estrangeiros que a procuram e cada vez mais os portugueses recorrem a ela para tentar minorar as deficiências de muitas das nossas crianças e também alguns adultos. Muito trabalho dedicação e muito, muito amor foi o que mais me transpareceu daquela reportagem.
Só gostava de perceber se eles o conseguem, porque os outros países não o fazem ??? Foi muito emocionante para mim ver um verdadeiro "milagre". Vi meninos que entraram sem andar e saírem pelo seu próprio pé, vi crianças que não comiam pela boca, que ate ai eram alimentadas por sondas, a comerem. Senti emoção e muito respeito por aquele conjunto de pessoas que trabalham afincadamente na recuperação destas pessoas.Agora verifiquei também que o Estado Português não comparticipa na ajuda a estes pais que com sacrifícios muitas das vezes recorrendo há caridade, levam ate Cuba os seus filhos na esperança de uma recuperação.
Interrogo-me se nos países ditos de civilizados e avançados as crianças por exemplo com paralisia cerebral se são de facto tratadas. Os estados não ligam ou não querem ligar, ou melhor não estão para gastar dinheiro no tratamento. Mas para quem tem um filho/a com este tipo de deficiência luta muito para dar a melhor qualidade de vida a estas crianças. Era muito bom que os bons exemplos fossem seguidos e os Estados não ambicionassem o lucro com a saúde como acontece aqui em Portugal e pelo mundo fora.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A "Arte" de Dizer Mal


Um blogue serve, essencialmente, para dizer mal. Uns mais que outros (e venha cá aquele que não gosta de dizer mal). Mas, como estamos tão habituados a ouvir falar mal de tudo, torna-se difícil ser original. Dizer mal, não é, infelizmente, uma opção. Ou melhor, é uma opção, mas irrecusável. Por muito que não se queira, não se consegue deixar de dizer mal. Claro que existem aqueles portugueses que dizem mal de tudo. É algo genético, dominante, embutido e aperfeiçoado de geração em geração. Aliás, se o povo português, não dissesse mal, faltava-lhe assunto. E por isso, engordava. Deixava de ir à missa. Mas se continuamos a escrever para dizer mal, isso acontece porque temos motivos para isso. Somos de extremos, umas vezes adoramos o nosso cantinho e colocamos bandeiras na janela, outras detestamos o fado que carregamos dos nossos antepassados. Mas dizer mal continua a ser uma arte.
Nos meus Posts continuo a dizer mal do Sr. Sócrates e a cascar nos políticos que temos, porque infelizmente são um bando de mentirosos, falsos e aldrabões. Quando chegam ao poder esquecem aquilo que prometem ao povo e fazem aquilo que muito bem lhes apetece, não para bem de todos mas só de alguns.
Enquanto existir gente desta laia vou dizer mal.
Mas depois existem os outros que durante " uns minutos " , passam a ver Portugal como o melhor país do mundo, sem compreender como alguém pode dizer mal de um país com pessoas tão maravilhosas e acolhedoras, com tão bom futebol, comida, clima e vinho bom. Mas isso por pouco tempo, porque depois começam a dizer mal também. Gostava de saber onde estão aqueles que votaram na "mãozinha".
Agora ninguém votou neles. Eu pelo menos conheço poucos. Será que imigraram ????

Pena de Morte

Sempre fui e sempre serei contra a pena de morte. Acho que as sociedades evoluem e como tal esse tipo de condenação não deveria existir. A justiça dos homens falha muitas das vezes prendem-se inocentes, enquanto que os verdadeiros criminosos continuam a monte. Muitos países ainda usam este tipo de condenação. Nos EUA muitos Estados a praticam. Infelizmente quem não tem dinheiro nunca pode provar inocência e muitas das vezes paga injustamente por crimes que não cometeu. Como este ultimo caso conhecido.
Um homem de 55 anos foi absolvido por um júri de Chittanooga, no Tennessee, após ter passado mais de 15 anos no corredor da morte por um homicídio que não cometeu. Michael McCormick foi condenado à morte em 1987 pelo homicídio de Donna Jean Nichols, uma jovem de 23 anos morta a 14 de Fevereiro de 1985 quando saía de uma discoteca, e cujo corpo foi encontrado no parque de um centro comercial. Após anos de batalha jurídica, o primeiro processo acabou por ser anulado. Testes de ADN efectuados em cabelos encontrados pelos investigadores, um elemento de acusação essencial no primeiro processo, permitiram demonstrar que estes não pertenciam a McCormick. Segundo as imagens de uma cadeia de televisão local, McCornick, ao ouvir o veredicto, ficou estupefacto durante alguns minutos e acabou por se abraçar aos seus advogados lavado em lágrimas.
E se a condenação já tivesse sido feita, quem daria vida a este homem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A Força do Porto


Nunca aqui no meu Blog falei do meu clube do coração. Chegados quase ao Natal ele continua invencível. Vai na frente com sete pontos de distancia do seu eterno rival da Luz. Mas este clube não para. Sempre atento a iniciativas capazes de contribuírem para a difusão universal, o F.C. Porto decidiu associar-se ao projecto «Dragões em África», que consiste numa expedição cuja finalidade principal é fazer chegar uma mensagem do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa às delegações de Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique) e assim fortalecer o sentido de expansão azul e branco. Nunca pensei que este meu clube tivesse tantos adeptos por aquelas bandas, mas de facto assim acontece. Segundo o relato de uma amigo meu a trabalhar por Luanda que me diz que o Porto tem junto da população local uma forte implantação, talvez mais que o Benfica.

Determinado a enaltecer a dimensão universal do F.C. Porto, o projecto «Dragões em África» permitirá certamente fazer vibrar de emoção os muitos adeptos azuis e brancos distribuídos pelas 45ª e 57ª delegações do clube em África.

E assim se vai tornando este clube, num dos maiores clubes do mundo, por certo não seremos os seis milhões de adeptos que uns e outros dizem ter mas de vitoria em vitoria iremos ultrapassar os que se dizem os maiores do mundo. Estou certo disso.

Militante do PCP s/ serviço religioso


Esta está de gritos, em Silves a igreja local recusou-se a prestar o serviço fúnebre a uma militante do PCP. Parece que a igreja faz distinções entre o seu rebanho, há aqueles que por terem outras convicções politicas são castigados na hora da morte. Julguei estar a ler o jornal do principio do século XIX, mas não, esta foi mesmo verdade. A igreja demonstra assim o seu total desprezo pelas pessoas que não prestando vassalagem aos seus dogmas não respeita as suas convicções politicas ou religiosas. Somos um estado laico e como tal estes senhores padres e afins devem respeitar a diferença entre religião e politica.

Bem faço eu que dessa corja quero distancia (padres, bispos papas) tenho as minhas convicções mas essas ficam mesmo para mim. Só mesmo um Mr. Benn Papa para nos fazer rir.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Já estamos Habituados


No passado fim de semana teve lugar no Seixal a Conferência Nacional do PCP sobre o lema" Outro Rumo - Nova Política - Ao serviço do País", sobre questões económicas e sociais.

Lá estiveram presentes mais de 1200 delegados vindos de todo o país e muitos milhares de militantes e simpatizantes do PCP. Muitas intervenções foram feitas. Muitos problemas foram apontados, mas muitas soluções foram encontradas para a mudança que urge ser feita para uma política que governe a pensar no povo.

Mas o mais engraçado disto tudo é que sendo o acontecimento político mais importante ocorrido no fim de semana passado os órgãos de informação não deram qualquer destaque a esta Conferência. Continuo na minha, querem calar a voz dos comunistas. Para estes senhores é importante que não apareçam, nem que as suas propostas sejam conhecidas do povo, assim podem dizer sempre que não existe mais nenhuma alternativa. Estamos habituados a estas situações mas é revoltante que as nossas televisões e a nossa imprensa escrita, passem só o que mais interessa ao poder instalado. Isto é vergonhoso e escandaloso. Temos de dar a volta a isto. Cada vez mais devemos esclarecer e informar, essa é a nossa missão. Porque nem todos os partidos são iguais. O meu não é.

É preciso e é urgente uma política diferente.

Ainda sobre a Expulsão de Luisa Mesquita

Deixo aqui a nota da Direcção Regional de Santarém do PCP sobre a expulsão de Luísa Mesquita, para que se perceba melhor quem fala verdade.
"1. A atitude partidária adoptada por Luísa Mesquita, de ostensivo incumprimento de princípios estatutários, de compromissos políticos e éticos assumidos e de afrontamento ao Partido, com recurso a calúnias e à mentira, é incompatível com a sua qualidade de membro do PCP.
2. A decisão tomada pelo secretariado da DORSA, de expulsão de Luísa Mesquita, culmina um longo processo de confronto com o partido a que pertence, iniciado com a recusa, em Junho de 2006, de colocar o seu lugar de deputada à disposição, em ruptura com o que havia assumido com o Partido, e marcado por um crescente distanciamento partidário e hostilização pública.
3. A assunção por cada membro do Partido dos mandatos exercidos em sua representação, vistos como uma tarefa e expressão da intervenção colectiva e não como um emprego ou forma de vida pessoal, constituiu um dos princípios fundamentais do funcionamento do Partido, que marca o carácter distintivo dos comunistas face ao poder e ao seu exercício. A recusa de Luísa Mesquita representou, assim, uma grave violação de princípios fundamentais do funcionamento do Partido e um desrespeito por compromissos éticos e políticos.A violação destes compromissos, traduzida na quebra de vínculos de confiança política que não podem deixar de existir entre o Partido e os seus eleitos, conduziu a alterações de responsabilidades de Luísa Mesquita no Grupo Parlamentar, no quadro de um esforço de procura de soluções, que possibilitassem não apenas a continuação da sua integração no trabalho, mas também a reflexão pela própria da sua atitude perante o Partido.Desde então, a atitude de Luísa Mesquita tem-se traduzido numa postura de crescente afrontamento ao Partido, numa ostensiva acção desenvolvida à margem do Grupo Parlamentar (ausência às reuniões do grupo e jornadas parlamentares, bem como ao trabalho da comissão para onde fora indicada) e da Direcção da Organização Regional de Santarém do PCP (organismo a que tem faltado sistematicamente) e na multiplicação de declarações que atingem o Partido.
4. Luísa Mesquita mente, e ao mentir atinge o Partido, quando nega a ausência de um compromisso que a mera leitura dos Estatutos do Partido a que pertencia explicitamente refere. Perante a impossibilidade de negar o inegável, Luísa Mesquita presta-se ao papel de quem, perante a confirmada prova de um compromisso rubricado pela sua mão, atribui à sua assinatura um valor de «pró-forma» elucidativo do valor que atribui à sua própria palavra.Luísa Mesquita mente, e ao mentir atinge o Partido, quando insinua que foi posta perante factos consumados e sem respeito pela sua situação e problemas. Ao contrário da caluniosa acusação de que foi tratada como «mulher-a-dias», a verdade é que, perante as questões concretas colocadas quanto à sua actividade profissional (designadamente, a que decorria da interrupção da sua carreira como professora e das consequências que daí resultariam quanto a um seu não desejado regresso à escola e à incidência financeira das alterações das regras para a aposentação), o PCP não só as examinou como lhe apresentou soluções concretas que lhe davam resposta: a possibilidade de desempenhar tarefas profissionais com conteúdo político, aproveitando a sua experiência em áreas como a educação e cultura, o que obviaria a um regresso à escola; o acordo em que ficasse a receber até ao momento da reforma - para que não se verificasse um abaixamento do seu rendimento - um valor da subvenção vitalícia que a Assembleia da República lhe atribuiria (correspondente a este objectivo), subvenção que, de acordo com o princípio partidário de os seus eleitos não serem prejudicados ou beneficiados pelos exercício de cargos públicos, deveria pertencer ao Partido. Luísa Mesquita mente e, ao mentir, atinge o Partido, quando, para justificar a realização de um programa parlamentar próprio, em concorrência e afronta com as jornadas parlamentares do PCP, afirma só delas ter tido conhecimento na véspera. Afirmação desmentida não só pelo texto da agenda parlamentar, distribuída a todos os deputados com larga antecedência, mas também pelas declarações da própria, que 10 dias antes (30 de Setembro) afirmou à Lusa a sua decisão de nelas não participar.
5. O processo de verificação das suas atitudes e de apuramento do seu comportamento partidário, desencadeado pela DORSA do PCP, obteve por parte de Luísa Mesquita um premeditado e ostensivo alheamento.Convocada, com dias alternativos, para uma avaliação da sua actividade de desrespeito pelos Estatutos do PCP, Luísa Mesquita não só os ignorou e deixou sem resposta como publicamente declarou nada mais ter a falar com o Partido. O processo de avaliação do seu comportamento político e a sua tramitação, na qual se considera o direito de resposta e de exercício de defesa e contestação, não obteve da parte da própria qualquer sinal.
6. Perante a persistente intenção de usurpar um mandato que lhe não pertence, o PCP reafirma que o respeito por princípios éticos e políticos, pautados pelo elementar critério de dignidade pessoal e respeito pelos valores colectivos, exigem que Luísa Mesquita coloque à disposição do Partido que a elegeu os lugares que exerce em sua representação, restituindo assim o mandato à força política e ao projecto que lho facultou.
7. O PCP reafirma, junto dos trabalhadores e da população do concelho de Santarém e do distrito, a sua determinação, honrando os compromissos políticos e eleitorais apresentados, de prosseguir a intervenção."
Nota tirada do Jornal Avante de dia 29 de Novembro de 2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Expulsão de Luísa Mesquita

Fui eleito durante 8 anos na Assembleia de Freguesia da Graça e pela minha cabeça nunca passou o facto de o lugar que exerci ser "meu".Fiz parte de uma lista da CDU que tinha um determinado projecto e sobre o qual se apresentou aos munícipes. Muitas divergências na altura tive, mas como militante comunista coloquei sempre o entendimento colectivo em detrimento do pessoal, a vontade da maioria deveria sempre ser respeitada. Só assim compreendo o respeito e entendimento que faço deste partido a que pertenço. Muitas vezes as minhas posições não foram aceites pela maioria dos outros camaradas no entanto sempre acatei as decisões tomadas pela maioria. Sou uma pessoa justa e nunca por nunca usei desse meu lugar de eleito para beneficio próprio ou de outros.
Vêm isto a propósito da expulsão de Luísa Mesquita do PCP. Todos os eleitos comunistas sabem que os lugares públicos não são seus mas do colectivo. Ela também o sabia. Agiu de má fé ao mentir sobre o seu partido. Tal como aconteceu com Abílio Fernandes e Odete Santos, também eles saíram de deputados porque o colectivo partidário assim o entendeu e eles o aceiram. A direcção do partido, e a meu ver correctamente, está empenhada numa renovação de quadros. E Luísa Mesquita também o sabe. Sempre fui contra aqueles que estando em determinados cargos se apoderam deles e de lá não querem sair. Esta expulsão pecou no meu ponto de vista por tardia, porque ao não se cumprir os estatutos entra-se em ruptura com os princípios estatutários a que qualquer militante dá o seu consentimento quando entra para este ou outro partido. Existem regras a ser cumpridas. Infelizmente Luísa Mesquita não as cumpriu. E se há coisas que a mim me chocam uma delas é a mentira. E ela está a mentir, os documentos o provam.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Mudança das Leis Eleitorais


PS e PSD retomam negociações com vista à mudança das leis eleitorais, quer para a Assembleia da Republica, quer para as Autarquias.Os líderes parlamentares do PS, Alberto Martins, e do PSD, Pedro Santana Lopes, retomam, assim, as negociações. No fundo o que estes dois paridos querem é se perpetuar no poder. É grave, muito grave que o voto expresso pelos eleitores não seja respeitado. Querem estes dois partidos ganhar na secretaria e pela nova lei o que nas urnas não conseguirem, arranjando assim um cozinhado em que obtêm maiorias absolutas sem as terem. É preciso que o povo esteja atento contra estas manobras de bastidores, os partidos mais pequenos ficam gravemente prejudicados se esta lei for aprovada. Não se podem estes senhores esquecer que se o povo não quer dar maioria a nenhum dos partidos há que respeitar essa vontade. Isto é o posso, quero e mando. E depois digam lá se não são os dois iguais.

A idade não perdoa

Mário Soares diz que o PS devia governar «um bocadinho mais à esquerda». Numa entrevista à TSF e Diário de Notícias, o antigo Presidente da República confessa-se preocupado com desigualdades que considera serem cada vez maiores em Portugal. Soares afirma ainda que José Sócrates é um anti-Gueterres (esta não percebi, podia explicar melhor).
E mais, o senhor sente-se chocado com as desigualdades sociais existente em Portugal e que diz que se agravaram nos últimos anos.
Mas que grande contradição, por um lado diz que a vida se têm agravado para os Portugueses nos últimos anos mas por outro diz que José Sócrates é um homem determinado e com coragem.
Determinado em quê ???
Corajoso contra quem ???
Remata este "senador" da nação que o balanço de governação é positivo.
Bem, em que é que ficamos ???
E o que é isso de governar um "bocadinho mais à esquerda".
Ou se governa para a maioria dos Portugueses ou se governa para uma minoria, que parece que é o que vêm acontecendo ultimamente.
Só se compreende estas declarações, pelo facto de já algum tempo ele não aparecer em publico para dizer nada e como gosta de aparecer disse qualquer coisinha. Faz-me lembrar o Manuel Alegre na Assembleia na Republica que vota a favor do orçamento fazendo uma declaração de voto - Voto a favor mas sou contra.
Vá se lá entender estes "senadores".

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Os Oportunistas e os Outros


Existem e sempre existirão os chamados oportunistas. Em relação á marcação da Greve Geral proposta pela Frente Comum dos Sindicatos afecta á CGTP-IN e que teve a adesão de todas as outras estruturas sindicais afectas á UGT, queria dizer que sexta é um dia como outro qualquer. Se tivesse que ser uma quinta feira era quinta, mas todos decidiram que seria uma sexta-feira.
E onde está o problema ?
Engraçado ouvir certos comentadores próximos dos Rosinhas e dos Laranjinhas a dizerem que os F.P. aproveitariam este dia para ir fazer as compras de Natal.
Bem esta está de mais. Pena é que estes mesmos senhores não tenham a noção de que o salário médio da F.P. anda á volta dos 650 Euros. Não estou a falar do peixe graúdo que têm grandes ordenadões e que é colocado na F.P. por propostas partidárias ( e que até não faz greve e se a fizer são estes os chamados oportunistas), estou a falar de muitos e muitos milhares de F.P. que recebem pouco mais do que ordenado mínimo nacional. Esses por certo não vão ás compras para o Natal, assim como os demais trabalhadores do sector privado que ganham pouco mais que 500 Euros. Se pensam que é com este grande ordenado que se podem fazer compras extras de prendas, não me importava de trocar por exemplo com o Marcelo Rebelo de Sousa ou com o José Miguel Júdice o meu ordenado. Talvez assim eu e outros como eu tivéssemos de facto um Natal com prendas. E eles que tentassem governar-se com o salário médio da maioria dos trabalhadores e iam ver se faziam compras de Natal.

Estes senhores deviam ter vergonha do que dizem.

Greve Geral na Função Publica

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública convocou para o próximo dia 30 de Novembro, uma greve geral e nacional de trabalhadores da Administração Pública, para exigir melhores salários, uma verdadeira negociação das condições de trabalho e contrariar a destruição dos Serviços Públicos.
Deste modo, a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública e os Sindicatos da Função Pública do Norte, do Centro, do Sul e Açores e dos Consulados e Missões Diplomáticas iniciaram já o processo de mobilização dos trabalhadores que representam para a participação nesta nova jornada de luta.
Numa altura em que o Governo se mostra intransigente no que toca aos aumentos salariais, tentando impor percentagens que confirmam a perda de poder de compra já registada em anos anteriores; numa altura em que se perspectiva a entrada em vigor de um novo sistema de avaliação de desempenho que é apenas e só um instrumento de coacção dos trabalhadores; numa altura em que se prepara a destruição do vínculo público e dos sistemas de carreiras e de remunerações, a luta dos trabalhadores da Administração Pública é determinante.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Os números da Guerra


Segundo uma investigação levada a cabo pela CBS News os números oficiais apresentados pelas autoridades dos EUA quanto ás baixas entre os soldados Norte-Americanos é falsa. Os números apresentados pelas autoridades contabilizam cerca de 4 mil vitimas desde 2003 quando o numero é muito superior, mais de 15 mil soldados morreram em consequência do conflito. São números que são omitidos pela administração Bush. Outro dado não menos importante é o facto de os suicídios entre os veteranos de guerra ascender a 6256 indivíduos. São jovens entre os 20 e os 24 anos. As deserções aumentaram mais de 80%. Mais de 5000 jovens deixaram o serviço militar.

Segundo os cálculos dos eleitos democratas do Comité Económico do Congresso, revelados a semana passada pelo Washington Post, as guerras já custaram em média a cada família norte-americana 20 mil dólares.

Para chegar a este valor, o Comité teve em conta o que chamou os «custos ocultos da guerra», os quais incluem os efeitos nos orçamentos familiares da subida do preço do petróleo, as despesas dos tratamentos dos feridos e mutilados, e os juros pagos sobre os créditos de guerra.Assim, dizem os democratas, os custos das guerras promovidas pela administração Bush no Iraque e no Afeganistão não totalizam 804 mil milhões de dólares, mas sim 1500 mil milhões de dólares.Cada vez mais existem mais pobres nos EUA, ao passo que a grande burguesia alimenta taxas de lucro fabulosas com a economia da guerra, milhões de norte-americanos não dispõem de rendimento suficiente para responder às mais básicas necessidades.Segundo um estudo do Departamento de Agricultura e o Instituto Nacional dos Censos dos EUA, cerca de 35 milhões de norte-americanos, 12 por cento da população do país, não possuem quaisquer recursos para se alimentarem quando estão desempregados, situação particularmente grave entre os adolescentes e as mães solteiras, subgrupo que totaliza quase 14 milhões de pessoas.

Os dados do Centro Americano para o Progresso (CAP) são ainda mais alarmantes na medida em que afirmam que um em cada oito cidadãos, 12,5 por cento da população, 37 milhões de seres humanos, sobrevive na mais absoluta miséria. Esta é a maior "Democracia" do mundo, onde muitos dos políticos Portugueses se revêem. Estas são algumas das vantagens de uma sociedade Capitalista.

A Rua da Polémica


Li esta semana no "Jornal Avante" uma noticia que me deixou preocupado. Em Aveiro na rua mais movimentada da cidade ( Rua Homem Cristo), junto ao Novo Centro Comercial, onde ao longo de muitos anos os comunistas distribuíram propaganda e fizeram bancas, vêm agora uns senhores seguranças constantemente importuna-los pelo facto de ali estarem. E dizem mais, que é proibido fazer propaganda politica ali pois apesar de a rua ser publica, fora arranjada por eles e era para a circulação dos seus clientes. Não fosse a insistência e não aceitação destas "ordens" vindas dos seguranças do Centro Comercial, que depois de chamarem a policia se vêm confrontados com a resposta habitual dada pelas autoridades," Os senhores podem estar aqui á vontade". Mas o que mais me indignou foi saber que os camaradas estiveram a semana passada nessa mesma rua e os seguranças desse mesmo estabelecimento tiveram a lata de ir pedir um exemplar do Avante para assim fazerem um "RELATÓRIO". Ao que chegamos, parece que voltamos novamente ao antes do 25 de Abril onde os comunistas eram perseguidos pelas suas actividades, e onde existiram tantos e tantos Relatórios contra tanta e boa gente. Fica aqui só uma chamada de atenção para o facto de as liberdades e garantias dos cidadãos estarem cada vez mais a ser postas em causa, e dizer que depois de nos calarem nos órgãos de comunicação social querem calarmos na RUA como que se não existíssemos. Mas isso descansem que não vai acontecer. A RUA É NOSSA E SEMPRE O SERÁ, QUER ELES QUEIRAM OU NÃO.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Hugo Chavez e o Referendo


Sobre Hugo Chavez muito se têm falado e pelos vistos ainda mais se falará. Mas gostaria de focar alguns pontos que a mim me parecem importantes. É um facto que existe neste momento uma proposta para alterar a Constituição Venezuelana já aprovada pelo parlamento, e que em primeira leitura pretende estabelecer um " modelo socialista". Esta proposta vai ser referendada agora em Dezembro. São muitos os pontos a alterar. No fundo tem como objectivo primeiro o reforço do poder do estado sobre a economia e o fim da autonomia do Banco Central. Reforça dos direitos sociais das pessoas: o dia de trabalho passa a ser no máximo de seis horas, passarão a receber ordenado as donas de casa. No que respeita á saúde esta passara a ser gratuita para todos, assim como a escolaridade ( que em parte já o são hoje em dia), etc, etc.

Existe no entanto um ponto, talvez o mais importante para todos aqueles que se opõem a estas medidas que é a possibilidade de o presidente se apresentar indefinidamente à presidência, cujo mandado passaria de de seis para sete anos. Nunca concordei com qualquer espécie de ditadura venha ela de esquerda ou de direita, também não sou muito favorável a um populismo fácil, mas queria lembrar que nestas ultimas eleições para as legislativas todos os partidos da oposição boicotaram as mesmas não se apresentando ao sufrágio preferindo fazer manifestações "gigantes" na rua, dizendo que estas não estavam a ser livres. Mas não foi isso que a comunidade internacional achou , quer os observadores da União Europeia, quer o dos EUA, e não crio que eles estejam a fazer algum favor ao Chavez dizendo isso. Mas levando em conta que estamos a falar de um país que se encontra situado na América Latina, onde só há muito pouco tempo a esta parte as democracias estão a chegar, gostaria de referir este contraste, o não se falar por exemplo do que aconteceu agora na Argentina em que o casal presidencial se reveza, Cristina Kirchner venceu as eleições presidenciais, antecedendo o seu marido. É um pouco complicado para mim entender estes dois pesos e duas medidas, não sei bem qual é a diferença. Bem eu sei qual é. De um lado está com o poder económico e do outro está o oposto. Eles pelos vistos vão poder escolher. E nós ???

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Por qué no te callas" Rei


Esta semana o programa semanal da RTP "Prós e Contras" foi alusivo á celebre frase do Rei de Espanha atirada para o Presidente Hugo Chávez em plena conferência Ibero-Americana. Fátima Campos Ferreira convidou dois espanhóis (que falavam espanhol e tudo, até parecia que estava a ver a TVE) para o debate. Agora parece que somos obrigados a entender a língua de Cervantes, enquanto que eles dizem sempre "que no te entendo", pelos vistos nós temos de os entender. Tirando a animação do debate feita por estes nossos "irmãos" ibéricos, os convidados portugueses, esses coitadinhos, estudaram todos pela mesma cartilha, não ouve direito ao contraditório. A opinião foi unânime: Chávez é um ditador e o Rei e Zapatero são os democratas. Não estou a por em causa o direito do povo Espanhol em ter uma Monarquia que até foi sufragada nas urnas, nem tão pouco a legitimidade de PSOE de Zapatero governar a Espanha, visto ter sido este o partido vencedor, o que ponho em causa é estes senhores não reconhecerem o mesmo sentido democrático que tiveram os Espanhóis em escolher livremente os seus governantes não o fazerem em relação ao povo da Venezuela, já que as eleições foram livres e justas com a agravante de na Venezuela estarem a ser sempre supervisionadas por organismos internacionais. Só dizer mais uma coisinha, Chávez talvez seja o presidente em exercício que mais eleições disputou e que as ganhou democraticamente, mesmo com muita ingerência de muitos outros países e da CIA á mistura. Por algum motivo o povo está com ele e lhe dá assim tanto apoio.

Será por causa da distribuição da riqueza que ele têm feito no seu país ?

Será pela melhoria substancial dos cuidados de saúde que presta ao seu povo?

Será por ter dado ao povo a possibilidade de ter um ensino verdadeiramente gratuito para todos ?

Será porque as condições de vida da maioria dos Venezuelanos estão a melhorar ?

Todos os indicadores dizem que sim, quer em termos económicos quer em termos sociais. Esta será talvez a grande obra de Chávez.
Deve ser por causa deste modelo de sociedade, que anda a meter medo a muita gente, que os ocidentais e neste caso os antigos colonizadores têm tanto receio.

Daqui na língua de Camões te digo " Cale-te tu " e vai mas é velejar para o mar alto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Vá se lá Saber Porquê.


Os Chineses andam na boca nos nossos governantes. Começou pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa o Ex Ministro António Costa ao dizer que nem que cada Chinês desse 1 euro a divida da CML ficaria paga. Depois o nosso Presidente da Republica na sua visita de estado ao Chile comete uma gafe gravíssima, chama de Chineses aos Chilenos( bem já não foi o 1º Presidente a fazê-lo, Jorge Sampaio a quando da sua visita ao Chile lhes tinha chamado de Cubanos). Isto tudo para dizer que os nossos governantes devem andar com os olhos em bico pois só pensam em chineses. Deve ser porque estão com medo de alguma invasão do nosso território, já que eles segundo se diz não morrem, pelo menos aqui no nosso país não existem registo de óbitos. Será que vivem eternamente ??? Deve de ser por isso que eles são tantos.
Mas estou a achar de mais, tanta referencia a este povo. Será que estes senhores querem copiar o modelo económico da China ???
Cada vez mais este país se está a tornar uma sociedade onde o capitalismo selvagem impera e onde o povo sofre com a exploração de empresas multinacionais que se vão instalando, pagando aos seus empregados ordenados de miséria e fazendo trabalhar esta gente como autênticos escravos. Baixos salários, alta produtividade (segundo o que dizem). Aquilo de comunismo não têm nada, a avaliar pelas monstruosas fortunas que certos homens de negócios estão a acumular. Será que é este o modelo que os nossos governantes querem aqui para Portugal. Bem o nosso Ministro da Economia já tinha referido que a nossa economia tinha de competir com a dos Chineses. Ele estaria a referir-se aos baixos salários ??? Pois por este andar talvez sejamos competitivos mesmo com eles, pois em termos Europeus já o somos.

Eu, pelo sim e pelo não continuo a não gostar da comida chinesa. Vá se lá saber porquê.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Crise ??? Só mesmo para os Trabalhadores.



Isto é que o Sr. Primeiro ministro não diz no debate do orçamento : Lucro dos cinco maiores bancos soma 2200 milhões de euros até Setembro de 2007.
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal obtiveram lucros de 2204,8 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, mais 13 por cento que em igual período de 2006. E estas contas são só até Setembro deste ano, ainda faltam mais 3 meses até á sua finalização.
Pergunto onde está a crise para estes senhores ???
Então só nos os desgraçados é que temos de apertar do cinto e pagar o tal maldito défice ???
E porque não fazer aqueles que apresentam lucros tão gigantescos pagar mais impostos sobre esses mesmos lucros???



Aqui ficam os números:

- CGD 675 milhões de euros

- BES 487,8 milhões de euros ( mais 60% que em igual período do ano passado).

- Santander Totta 388,3 milhões de euros

- BPI 249,4 milhões de euros

- BCP 403,7 milhões de euros

Estes são os números, são reais não são ilusão de óptica. Os impostos cobrados pelo estado nem de longe nem de perto chegam aos valores cobrados a uma pequena e média empresa que paga mais de 40% de IRC sobre os lucros, os bancos ficam-se por uns míseros 25% ( e diga-se que só a CGD é que declara com exactidão os seus números, os outros como sabemos fazem as tais negociatas em offshores como por exemplo o da Madeira e tantos outros).
É esta a justiça social dos governos que passaram em S. Bento, tanto do PPD/PSD como por este governo dito de socialista que ainda consegue dar mais fortuna a quem já tanto têm e nada dá a quem tanto precisa. Pelo contrario esta história do défice, quem a está a pagar são precisamente aqueles que nada têm, as classes mais desfavorecidas e a classe média, que praticamente deixou de existir.

Tenha vergonha Sr. Primeiro Ministro e deixe de andar a apregoar aos quatro ventos que está a governar para os portugueses. O Sr. de facto governa é para meia dúzia de capitalistas que esfregam as mãos de contentes com a sua governação.

Jerónimo de Sousa sem papas na lingua



Deixo aqui um excerto do discurso de Jerónimo de Sousa na sua intervenção sobre o Orçamento Geral do Estado ao questionar o Primeiro Ministro sobre os assuntos que de facto interessam aos portugueses.


"Senhor Presidente,
Senhor Primeiro-ministro
Senhores e Senhoras Deputadas,
Espantoso. Numa das maiores encenações dum espectáculo virtual previamente preparado. Aqui estamos entre galerias cheias, luzes estonteantes e petardos de pólvora seca e ver um dullo pívio e que bem pode ter como epílogo, algures nos passos perdidos a repetição da cena do Primeiro Ministro satisfeito com um ex-primeiro Ministro e um off a dizer a famosa frase.Porreiro Pá!!!
Diluídas e silenciados serão as malfeitorias dum Orçamento que expressa a persistência dum caminho de injustiças e desigualdades sociais, de abandono do necessário crescimento económico e do emprego!O senhor primeiro-ministro apresentou-se aqui, com o que pensa ser a sua coroa de glória – a redução do défice. Não disse foi à custa de quê e de quem o consegui. Qual foi o preço que o país pagou e se se justificava pagar tal preço. Esqueceu-se de referir que foi à custa do emprego, dos salários da administração pública e dos demais trabalhadores, do corte nos direitos dos portugueses e das funções sociais do Estado, nomeadamente na saúde e na educação. Esqueceu-se de referir que foi à custa do aumento dos impostos indirectos, como o IVA, que penaliza o consumo das camadas populares. E não disse que os poderosos, as grandes fortunas, o capital financeiro e os grandes grupos económicos, não só não pagaram nenhum preço, como engordaram os seus lucros e privilégios.Com tanto auto elogio, como explica que tenhamos o doloroso título de país europeu com mais injustiça social?Esqueceu-se de dizer que foi à custa de incontáveis sacrifícios das camadas populares do povo, os únicos que pagaram a factura da estratégia errada do seu governo e das suas opções políticas, que em vez de aproveitar os prazos mais alargados do Pacto de Estabilidade para relançar a economia com mais vigor e fazer recuar o desemprego fez o contrário penalizando ainda mais os portugueses. Em relação aos impostos é a injustiça fiscal que prossegue. É um novo agravamento dos impostos para os reformados. As reformas passam a ser tributadas a partir de 6000 euros ano. Sempre a puxar para baixo quem já pouco tem!Entretanto os benefícios fiscais para offshore da Madeira aumentam de 1000 milhões em 2007 para 1780 milhões em 2008. Mais 780 milhões. Dão-se de “mão beijada” milhões de euros ao grande capital e vai-se penalizar quem conta os cêntimos nas suas reformas e pensões, enquanto os salários da administração pública continuam também a marcar passo e o custo de vida a aumentar em resultado do sistemático aumento dos bens alimentares, como é o caso do pão que este ano já subiu 20%, da energia, como é caso da electricidade com aumentos superiores aos da inflação e de outros bens e serviços essenciais. Tudo sobe acima da inflação prevista, menos os salários as pensões e reformas.No âmbito deste Orçamento vamos propor que a taxa normal do IVA seja no imediato reduzido para 20% e em 2009 para 19%. Medida que se justifica por razões de dinamização económica do mercado interno, também por razões sociais, já que são os produtos de consumo popular e classes populares as mais afectadas com os aumentos do imposto. Dramatiza-se o défice para cortar nos salários e nos direitos das pessoas, mas nem um tostão corta, antes se acrescenta, nos benefícios fiscais que permitiria reduzir o tão empolado défice. "

Cheques Oferta para Alimentação em 2010


Teixeira dos Santos falando da proposta feita pelo PCP para reduzir a taxa de IVA num ponto percentual - de 21% para 20% - já em 2008, falou esta manhã durante o debate na generalidade da proposta de Orçamento de Estado e disse - " Os 3% de défice é um resultado assinalável, mas não é o fim da consolidadação", afirmou o Ministro. E lembrou mais, " que este Executivo assumiu o compromisso de que o défice atinja os 0,4% em 2010"( Mas assumiu com quem??? Com os portugueses??? Não me lembro de prometerem isso em campanha eleitoral).
Neste sentido, Teixeira dos Santos "sublinhou que só será possível avançar para a redução da carga fiscal quando o défice estiver num valor próximo do equilíbrio”.“Até lá não podemos entrar em veleidades”, diz ele, recusando assim a descida de imposto“fora de tempo”, que “seria irresponsável e iria pôr em causa” o esforço dos portugueses e “deitar tudo a perder”( Pois as eleições são em 2009, talvez nessa altura, não ???).
Muito bem senhor Ministro. Quando chegarmos a atingir o tão esperado equilíbrio orçamental e o tal défice ( que eu nunca vi pessoalmente) estiver nos 0,4, estarão os portugueses a viver no país mais equilibrado da Europa dos 27. Uns viverão bem, como o fazem actualmente, outros, a grande maioria, estará nas filas á espera dos tais cheques oferta, que nessa altura não serão para ir aos médicos dentistas, mas sim para arranjar comida para confortar o estômago.

Dentes de Leite Requerem Dentista


Mais um Orçamento de Estado e mais umas promessas. Tudo vai bem no país dos ricos. Uns estão cada vez mais ricos e outros também, só que de espírito e de conforto, pois coitados confortam-se uns aos outros. E depois de tanta expectativa a montanha pariu um rato. O tão esperado encontro entre dois grandes mentirosos ocorreu lá para os lados de São Bento, mas mais parecia um chirriar de ideias toscas e sem sentido do que alguma coisa que tivesse algum substrato ( antes tivesse, as plantas agradeciam). De tudo o que me ficou na minha memória ( talvez fraca ) foi os cuidados de higiene oral que as nossas crianças vão ter na escola (talvez para não chegar ao estado desta imagem). Mas não entendi uma coisa:
"Oh José podias explicar como é que putos de seis anos que ainda lhes estão a cair os dentes de leite precisam de ir dentista".
Eu sei que existem casos e casos e há crianças que precisam desses cuidados, mas convenhamos esta foi mais uma medida daquelas " Fica Bem", nada mais. Se tu dissesses que ias colocar dentistas no Serviço Nacional de Saúde, para satisfazer as necessidades aqui do povinho, isso sim é que era uma medida a aplaudir. Esta dos cheques "oferta dentista" para idosos e grávidas não entendi mesmo. Porque não vamos aos centro de saúde?? Há!!! Pois estão todos a fechar, é isso.
Esta dos "dentistas" terá sido esta uma ideia do Portas ???? Não me admirava nada.
E é mais um orçamento que parece que de novidades só teve mesmo a consulta que o nosso Primeiro deu de medicina dentária...Bem valeu pela aula.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Europa cada vez mais Longe ...


Muitas razões existiriam para a realização de um referendo à revisão do Tratado Europeu. Aqui ficam algumas:

- Os dois maiores partidos políticos prometeram de forma solene, nas suas campanhas e nos respectivos manifestos eleitorais, a realização de um referendo. E o que está a acontecer ??? Precisamente o contrario. O PPD/PSD, na sua reunião do conselho nacional aprovou a rectificação do tratado pela via parlamentar e esqueceu-se do que tinha prometido em campanha. O PS que também o prometeu em campanha eleitoral, está calado, e espera. Talvez estivesse á espera dos laranjas para ir a reboque, sim porque estas coisas já estão á muito cozinhadas entre os dois ( e digam lá que não são iguais).
- Coitados esqueceram-se que negociaram uma revisão constitucional para a realização do mesmo. Esquecidos estes meninos !!!!
- Mais, eles até já tinham a data do dito referendo acordada.
- E porque não esclarecer-nos do que é realmente este tratado ??? Custa assim tanto ???
Se é assim tão bom, porque não fazer a pergunta aos Portugueses ???
Pensarão estes senhores que nós somos assim tão burros que não entendemos o que dizem ???
Ou estarão eles com medo ???
A mim parece-me mais isso. Medo !!!! Muito medo que a maioria abra os olhos. Querem-nos na ignorância, para que não tenhamos opinião.
E que sintonia linda esta a dos dois ditos maiores partidos, se um diz mata outro diz esfola.
Mas no fundo isto é tudo uma malta " Porreira pá " !!!! E a Europa fica lá tão longe...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Força Pedro - A Luta não pode parar.


Vi a entrevista do Pedro Namora na Sic Noticias este fim de semana e não fiquei indiferente. É qualquer coisa de revoltante alguém denunciar um determinado facto e em vez de serem os outros os alvos de suspeitas, neste caso os poderosos, e porque têm dinheiro para o fazer, fica quem denuncia sobre suspeita. Já foram 8 processos instaurados em que pelo que ouvi de todos foi absolvido. Quer dizer quem anda a violar crianças que nem a julgamento foi, fica só com o estatuto de arguido e quem de facto têm se dado ao trabalho de denunciar esta corja de malfeitores, mal formados e a precisarem de tratamentos médico, (químico, diga-se de passagem) é que vai a julgamento. Estou como dizia o Namora, desacredito por completo na justiça que temos. Sempre disse que sou contra a pena de morte, imaginem se ela fosse instaurada cá, quem tinha dinheiro safava-se sempre por mais grave que fosse o seu crime, quem não tinha ia dentro e sujeitava-se a morrer. Longe vão os tempos da inquisição, mas o que me parece é que neste momento temos ai a inquisição a funcionar no seu pleno. Compadrio, ajudas, favorecimentos, pagamentos de favores, no fundo penso ser isto tudo que está em causa. Por isso está tudo com o rabo preso e todos se ajudam uns aos outros e o processo não avança.
Deixei de acreditar na justiça neste país. Vivo aqui infelizmente, e tento me adaptar sem nunca me resignar e me calar contra as injustiças. Ainda bem que existem pessoas como o Pedro Namora que não se calam nem se intimidam também.
Força porque tens uma grande, grande luta pela frente, eles são poderosos mas penso que o povo aos poucos vai abrindo os olhos e estão todos do vosso lado. A Luta Continua.
As crianças deste país agradecem-te.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Um Mar de Gente na EXPO











Mais de 200.000 mil estiveram na rua na jornada de luta convocada pela CGTP IN, a maior manif depois do 25 de Abril em Portugal. Isto quer dizer alguma coisa.
Pois é "amigo" José, com esta não contavas, julgavas que eram uns "arroaceiros" que vinham para a expo dizer meia dúzia de palavras a medo. Pois mas medo foi o que não vi nas gargantas daquele mar de gente. Contra factos não há argumentos. Manda filmar agora todos aqueles que lá estiveram, manda tirar as impressões digitais, manda os policias a casa de cada um deles. Eles perseguem-te os "comunas" como tu dizes. Ainda não percebeste porque né.
Abre os olhos José e deixa-te de fazeres politicas de direita com a carapuça de seres de esquerda. A quem queres tu enganar. Aquele povo todo que esteve na rua hoje, NÃO ENGANAS. Isso te digo eu.
Com esta grande manif ficou provado que a CGTP-IN têm razão e os trabalhadores estão atentos.
A luta Vai Continuar.

2 Milhões de Pobres em Portugal


A pobreza é envergonhada e normalmente passa ao lado que quem passa por ela todos os dias. Basta um pouco de atenção e vermos com olhos de ver para começarmos a ver aquilo que muitas das vezes alguém envergonhado tenta esconder. Os Pobres de hoje em dia, como os de outros dias e de todos os tempos, não serão tanto aqueles que nos estendem as mãos na rua pedindo uma moeda. Os verdadeiros pobres não pedem. Têm vergonha. Porque a maioria trabalha e muito, mas o que fazer quando o rendimento que auferem não lhes chega até ao final do mês para conseguirem pagar as despesas do dia a dia. Não nos enganem com a história de que vivemos a cima das nossas possibilidades, porque estes pobres de que estou a falar não compram roupa Armani, nem bens alimentares importados, nem vão a concertos, cinema ou teatro. Sofrem sozinhos e pensam se vão ter comida na mesa amanhã. Muitos e cada vez mais vejo irem á farmácia não aviando os medicamentos todos, escolhendo só aquele medicamento que pensam eles que faz mais falta. Esta é a realidade deste meu País, onde os reformados são cada vez mais esquecidos e abandonados, onde quem trabalha por conta de outrem sofre silencioso porque não pode dizer ao patrão que o dinheiro que recebe ao fim do mês não chega, pois arriscam-se a ser despedido. Triste vai este meu Povo.
No dia em que o INE veio revelar que 32% da população activa entre os 16 e os 64 anos seria pobre (para além daqueles que já o são de fato), se não dispusesse de apoios do Estado, nesse dia, o primeiro-ministro Sócrates não veio a público falar de rankings como fez a semana passada a propósito das notícias sobre o «governo electrónico», que colocam Portugal em 3.º lugar quanto a «disponibilidade dos serviços públicos on-line» e em 4.º lugar quanto à «sofisticação desses serviços». Terá sido porque a sopa dos pobres ainda não está disponível na Internet...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Dia 18 Todos à Manif

Por uma Europa mais solidária para todos. Por uma politica social com direitos. Por uma vida melhor para quem trabalha. O Governo do PS têm aprofundado as desigualdades e as injustiças sociais. O desemprego, a precariedade, os baixos salários e reformas são as constantes violações dos direitos e liberdade sindical, é a degradação dos serviços públicos.
Basta de Injustiças! Temos de mudar de política para uma vida melhor.
Querem agravar ainda mais com esta história da flexigurança e as suas propostas de alteração, para pior, do Código de Trabalho.
Vamos transformar esta jornada de luta na maior manifestação de sempre contra o Governo para que de uma vez por todas o nosso José e a corja de psedo "socialistas" e seus apêndices vejam que o povo não têm medo e que nem com intimidações nos fazem calar a nosso revolta.

Amanhã vamos dar uma prova da nossa força, unidos seremos mais fortes. Eu lá estarei também para tomar partido.

História "Ao Gosto de Quem Conta"


Tal como vem acontecendo ultimamente muita gente se quer apropriar da história de certos homens. Ao ler certas bibliografias sobre o Adriano Correia de Oliveira que vieram agora publicadas em alguns jornais aqui do nosso burgo, verifico o quanto querem enganar, reescrevendo o percurso de vida deste homem, não tanto o artístico, mas o seu percurso politico. Custa-lhes muito admitir que este grande lutador anti-fascista e militante do Partido Comunista Português o tenha sido até há hora da sua morte. Mas assim foi. Adriano foi comunista até ao fim dos seus dias. Em 1960 aderiu ao PCP e nele se manteve até morrer. Foi um homem que lutou sempre pela Liberdade pela Democracia pela justiça social, sempre ao lado do povo e muito importante sempre com o seu Partido. Foi um dos mais marcantes autores da musica de intervenção portuguesa e da canção de Coimbra.
A sua condição de comunista é inseparável do percurso e das opções que tomou ao longo da vida, de que são testemunho os inúmeros espectáculos e acções em que durante o fascismo cantou pela liberdade tendo sido uma bandeira da luta do Movimento Estudantil, o seu papel impulsionador para que grandes nomes da música portuguesa se dessem a conhecer, a sua participação no Comité Organizador da Festa do «Avante!» desde a primeira edição, o seu envolvimento militante em centenas de iniciativas do PCP onde cantou a sua música de norte a sul do país. «A única luta pelo poder em que estou empenhado é a luta para que o povo português tome o poder e que nessa luta tenha um papel determinante a actividade do aparelho político organizado que é o PCP, a que pertenço.»
Interrogo-me como passados 25 anos sobre a morte deste homem, querem omitir, esconder, inventar outras histórias, no fundo contar factos de uma história escrita por não sei quem, ao gosto pessoal de não sei quem. Esquecido por todos aqueles que hoje lhe prestam homenagem, vêm agora estes "socialistas" encarapuçados e envergonhados inventar factos históricos. Quem sabe se daqui a 25 anos o Álvaro Cunhal, para estes senhores, não teria sido um dissidente do PCP. Mas contra factos não há argumentos. Adriano era dos nossos e não dos "deles", foi e será sempre lembrado quer eles queiram ou não, como um Comunista.

Adriano Correia de Oliveira - História


Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira nasceu em Avintes, em 9 de Abril de 1942, no seio de uma família tradicionalista católica. Tirou o curso do liceu no Porto. Em Avintes iniciou-se no teatro amador e foi co-fundador da União Académica de Avintes. Em 1959 rumou a Coimbra, onde estudou Direito, tendo sido repúblico na Real República Ras-Teparta. Foi solista no Orfeon Académico de Coimbra e fez parte do Grupo Universitário de Danças e Cantares e do Círculo de Iniciação Teatral da Académica de Coimbra. Tocou guitarra no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica. No ano seguinte editou o primeiro EP acompanhado por António Portugal e Rui Pato. Em 1963 saiu o primeiro disco de vinil "Fados de Coimbra" que continha Trova do Vento que Passa, essa balada fundamental da sua carreira, com poema de Manuel Alegre, em consequência da sua resistência ao regime Salazarista, e que as suas movimentações levaram a gravar, foi o hino do movimento estudantil.
Além disso Adriano Correia de Oliveira tornou-se militante do PCP no início da década de 60. Em 1962, participou nas greves académicas e concorreu às eleições da Associação Académica, através da lista do MUD.
Em 1967 gravou o vinil "Adriano Correia de Oliveira" que entre outras canções tem Canção com lágrimas.
Quando lhe faltava uma cadeira para terminar o Curso de Direito, Adriano trocou Coimbra por Lisboa e trabalhou no Gabinete de Imprensa da Feira Industrial de Lisboa (FIL) e foi produtor da Editora Orfeu. Em 1969 editou "O Canto e as Armas" tendo todas as canções poesia de Manuel Alegre. Nesse mesmo ano ganhou o Prémio Pozal Domingues. No ano seguinte sai o disco "Cantaremos" e em 1971 "Gente d'Aqui e de Agora", que marca o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, que tinha vinte anos. José Niza foi o principal compositor neste disco que precedeu um silêncio de quatro anos. É que Adriano recusou-se a enviar os textos à Censura.
Em 1975 lançou "Que Nunca Mais", com direcção musical de Fausto e textos de Manuel da Fonseca. Este vinil levou a revista inglesa Music Week a elegê-lo como "Artista do Ano".
Fundou a Cooperativa Cantabril e publicou o seu último álbum, "Cantigas Portuguesas", em 1980. Em 1981 ingressa na Cooperativa "Era Nova". Em 1982, com quarenta anos, num sábado, dia 16 de Outubro, morreu em Avintes, nos braços da mãe, vitimado por uma hemorragia esofágica.