terça-feira, 18 de dezembro de 2007

"Quando um Homem Quiser"




"Quando um Homem Quiser”



Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme

Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigoÉs meu irmão



Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei

Fatias de tristeza em cada alegre bolo rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo És meu irmão




Poema de Ary dos Santos

1 comentário:

Stranger disse...

É isso mesmo, Orlando.
Mas infelizmente para a maioria das pessoas é mais fácil comprar um presente qualquer e "despachar" o Natal do que viver o verdadeiro espírito do Natal (pelo menos como eu o entendo) e "dar sem comprar".

Do GRANDE Ary, aqui vai mais um. Feliz Natal, Amigo:

Quem faz o Natal para todos nós? São os amigos
Quem nos dá prazer e dá calor? São os amigos
A quem é que damos a ternura? É aos amigos
A quem é que damos o melhor? É aos amigos
.
Os amigos são o nosso bolo de Natal
Cada amigo nosso vale mais que um Pai Natal
É um irmão nosso que trabalha no Natal
E com suas mãos faz a diferença do Natal
.
O dinheiro pouco importa
O que importa é a verdade
E a prenda mais valiosa
É a prenda da amizade
.
Quem faz das tristezas forças
E das forças alegrias
Constrói à força de Amor
Um Natal todos os dias.


"Operários do Natal"

Ary dos Santos e Joaquim Pessoa