sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Já estamos Habituados


No passado fim de semana teve lugar no Seixal a Conferência Nacional do PCP sobre o lema" Outro Rumo - Nova Política - Ao serviço do País", sobre questões económicas e sociais.

Lá estiveram presentes mais de 1200 delegados vindos de todo o país e muitos milhares de militantes e simpatizantes do PCP. Muitas intervenções foram feitas. Muitos problemas foram apontados, mas muitas soluções foram encontradas para a mudança que urge ser feita para uma política que governe a pensar no povo.

Mas o mais engraçado disto tudo é que sendo o acontecimento político mais importante ocorrido no fim de semana passado os órgãos de informação não deram qualquer destaque a esta Conferência. Continuo na minha, querem calar a voz dos comunistas. Para estes senhores é importante que não apareçam, nem que as suas propostas sejam conhecidas do povo, assim podem dizer sempre que não existe mais nenhuma alternativa. Estamos habituados a estas situações mas é revoltante que as nossas televisões e a nossa imprensa escrita, passem só o que mais interessa ao poder instalado. Isto é vergonhoso e escandaloso. Temos de dar a volta a isto. Cada vez mais devemos esclarecer e informar, essa é a nossa missão. Porque nem todos os partidos são iguais. O meu não é.

É preciso e é urgente uma política diferente.

Ainda sobre a Expulsão de Luisa Mesquita

Deixo aqui a nota da Direcção Regional de Santarém do PCP sobre a expulsão de Luísa Mesquita, para que se perceba melhor quem fala verdade.
"1. A atitude partidária adoptada por Luísa Mesquita, de ostensivo incumprimento de princípios estatutários, de compromissos políticos e éticos assumidos e de afrontamento ao Partido, com recurso a calúnias e à mentira, é incompatível com a sua qualidade de membro do PCP.
2. A decisão tomada pelo secretariado da DORSA, de expulsão de Luísa Mesquita, culmina um longo processo de confronto com o partido a que pertence, iniciado com a recusa, em Junho de 2006, de colocar o seu lugar de deputada à disposição, em ruptura com o que havia assumido com o Partido, e marcado por um crescente distanciamento partidário e hostilização pública.
3. A assunção por cada membro do Partido dos mandatos exercidos em sua representação, vistos como uma tarefa e expressão da intervenção colectiva e não como um emprego ou forma de vida pessoal, constituiu um dos princípios fundamentais do funcionamento do Partido, que marca o carácter distintivo dos comunistas face ao poder e ao seu exercício. A recusa de Luísa Mesquita representou, assim, uma grave violação de princípios fundamentais do funcionamento do Partido e um desrespeito por compromissos éticos e políticos.A violação destes compromissos, traduzida na quebra de vínculos de confiança política que não podem deixar de existir entre o Partido e os seus eleitos, conduziu a alterações de responsabilidades de Luísa Mesquita no Grupo Parlamentar, no quadro de um esforço de procura de soluções, que possibilitassem não apenas a continuação da sua integração no trabalho, mas também a reflexão pela própria da sua atitude perante o Partido.Desde então, a atitude de Luísa Mesquita tem-se traduzido numa postura de crescente afrontamento ao Partido, numa ostensiva acção desenvolvida à margem do Grupo Parlamentar (ausência às reuniões do grupo e jornadas parlamentares, bem como ao trabalho da comissão para onde fora indicada) e da Direcção da Organização Regional de Santarém do PCP (organismo a que tem faltado sistematicamente) e na multiplicação de declarações que atingem o Partido.
4. Luísa Mesquita mente, e ao mentir atinge o Partido, quando nega a ausência de um compromisso que a mera leitura dos Estatutos do Partido a que pertencia explicitamente refere. Perante a impossibilidade de negar o inegável, Luísa Mesquita presta-se ao papel de quem, perante a confirmada prova de um compromisso rubricado pela sua mão, atribui à sua assinatura um valor de «pró-forma» elucidativo do valor que atribui à sua própria palavra.Luísa Mesquita mente, e ao mentir atinge o Partido, quando insinua que foi posta perante factos consumados e sem respeito pela sua situação e problemas. Ao contrário da caluniosa acusação de que foi tratada como «mulher-a-dias», a verdade é que, perante as questões concretas colocadas quanto à sua actividade profissional (designadamente, a que decorria da interrupção da sua carreira como professora e das consequências que daí resultariam quanto a um seu não desejado regresso à escola e à incidência financeira das alterações das regras para a aposentação), o PCP não só as examinou como lhe apresentou soluções concretas que lhe davam resposta: a possibilidade de desempenhar tarefas profissionais com conteúdo político, aproveitando a sua experiência em áreas como a educação e cultura, o que obviaria a um regresso à escola; o acordo em que ficasse a receber até ao momento da reforma - para que não se verificasse um abaixamento do seu rendimento - um valor da subvenção vitalícia que a Assembleia da República lhe atribuiria (correspondente a este objectivo), subvenção que, de acordo com o princípio partidário de os seus eleitos não serem prejudicados ou beneficiados pelos exercício de cargos públicos, deveria pertencer ao Partido. Luísa Mesquita mente e, ao mentir, atinge o Partido, quando, para justificar a realização de um programa parlamentar próprio, em concorrência e afronta com as jornadas parlamentares do PCP, afirma só delas ter tido conhecimento na véspera. Afirmação desmentida não só pelo texto da agenda parlamentar, distribuída a todos os deputados com larga antecedência, mas também pelas declarações da própria, que 10 dias antes (30 de Setembro) afirmou à Lusa a sua decisão de nelas não participar.
5. O processo de verificação das suas atitudes e de apuramento do seu comportamento partidário, desencadeado pela DORSA do PCP, obteve por parte de Luísa Mesquita um premeditado e ostensivo alheamento.Convocada, com dias alternativos, para uma avaliação da sua actividade de desrespeito pelos Estatutos do PCP, Luísa Mesquita não só os ignorou e deixou sem resposta como publicamente declarou nada mais ter a falar com o Partido. O processo de avaliação do seu comportamento político e a sua tramitação, na qual se considera o direito de resposta e de exercício de defesa e contestação, não obteve da parte da própria qualquer sinal.
6. Perante a persistente intenção de usurpar um mandato que lhe não pertence, o PCP reafirma que o respeito por princípios éticos e políticos, pautados pelo elementar critério de dignidade pessoal e respeito pelos valores colectivos, exigem que Luísa Mesquita coloque à disposição do Partido que a elegeu os lugares que exerce em sua representação, restituindo assim o mandato à força política e ao projecto que lho facultou.
7. O PCP reafirma, junto dos trabalhadores e da população do concelho de Santarém e do distrito, a sua determinação, honrando os compromissos políticos e eleitorais apresentados, de prosseguir a intervenção."
Nota tirada do Jornal Avante de dia 29 de Novembro de 2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Expulsão de Luísa Mesquita

Fui eleito durante 8 anos na Assembleia de Freguesia da Graça e pela minha cabeça nunca passou o facto de o lugar que exerci ser "meu".Fiz parte de uma lista da CDU que tinha um determinado projecto e sobre o qual se apresentou aos munícipes. Muitas divergências na altura tive, mas como militante comunista coloquei sempre o entendimento colectivo em detrimento do pessoal, a vontade da maioria deveria sempre ser respeitada. Só assim compreendo o respeito e entendimento que faço deste partido a que pertenço. Muitas vezes as minhas posições não foram aceites pela maioria dos outros camaradas no entanto sempre acatei as decisões tomadas pela maioria. Sou uma pessoa justa e nunca por nunca usei desse meu lugar de eleito para beneficio próprio ou de outros.
Vêm isto a propósito da expulsão de Luísa Mesquita do PCP. Todos os eleitos comunistas sabem que os lugares públicos não são seus mas do colectivo. Ela também o sabia. Agiu de má fé ao mentir sobre o seu partido. Tal como aconteceu com Abílio Fernandes e Odete Santos, também eles saíram de deputados porque o colectivo partidário assim o entendeu e eles o aceiram. A direcção do partido, e a meu ver correctamente, está empenhada numa renovação de quadros. E Luísa Mesquita também o sabe. Sempre fui contra aqueles que estando em determinados cargos se apoderam deles e de lá não querem sair. Esta expulsão pecou no meu ponto de vista por tardia, porque ao não se cumprir os estatutos entra-se em ruptura com os princípios estatutários a que qualquer militante dá o seu consentimento quando entra para este ou outro partido. Existem regras a ser cumpridas. Infelizmente Luísa Mesquita não as cumpriu. E se há coisas que a mim me chocam uma delas é a mentira. E ela está a mentir, os documentos o provam.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Mudança das Leis Eleitorais


PS e PSD retomam negociações com vista à mudança das leis eleitorais, quer para a Assembleia da Republica, quer para as Autarquias.Os líderes parlamentares do PS, Alberto Martins, e do PSD, Pedro Santana Lopes, retomam, assim, as negociações. No fundo o que estes dois paridos querem é se perpetuar no poder. É grave, muito grave que o voto expresso pelos eleitores não seja respeitado. Querem estes dois partidos ganhar na secretaria e pela nova lei o que nas urnas não conseguirem, arranjando assim um cozinhado em que obtêm maiorias absolutas sem as terem. É preciso que o povo esteja atento contra estas manobras de bastidores, os partidos mais pequenos ficam gravemente prejudicados se esta lei for aprovada. Não se podem estes senhores esquecer que se o povo não quer dar maioria a nenhum dos partidos há que respeitar essa vontade. Isto é o posso, quero e mando. E depois digam lá se não são os dois iguais.

A idade não perdoa

Mário Soares diz que o PS devia governar «um bocadinho mais à esquerda». Numa entrevista à TSF e Diário de Notícias, o antigo Presidente da República confessa-se preocupado com desigualdades que considera serem cada vez maiores em Portugal. Soares afirma ainda que José Sócrates é um anti-Gueterres (esta não percebi, podia explicar melhor).
E mais, o senhor sente-se chocado com as desigualdades sociais existente em Portugal e que diz que se agravaram nos últimos anos.
Mas que grande contradição, por um lado diz que a vida se têm agravado para os Portugueses nos últimos anos mas por outro diz que José Sócrates é um homem determinado e com coragem.
Determinado em quê ???
Corajoso contra quem ???
Remata este "senador" da nação que o balanço de governação é positivo.
Bem, em que é que ficamos ???
E o que é isso de governar um "bocadinho mais à esquerda".
Ou se governa para a maioria dos Portugueses ou se governa para uma minoria, que parece que é o que vêm acontecendo ultimamente.
Só se compreende estas declarações, pelo facto de já algum tempo ele não aparecer em publico para dizer nada e como gosta de aparecer disse qualquer coisinha. Faz-me lembrar o Manuel Alegre na Assembleia na Republica que vota a favor do orçamento fazendo uma declaração de voto - Voto a favor mas sou contra.
Vá se lá entender estes "senadores".

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Os Oportunistas e os Outros


Existem e sempre existirão os chamados oportunistas. Em relação á marcação da Greve Geral proposta pela Frente Comum dos Sindicatos afecta á CGTP-IN e que teve a adesão de todas as outras estruturas sindicais afectas á UGT, queria dizer que sexta é um dia como outro qualquer. Se tivesse que ser uma quinta feira era quinta, mas todos decidiram que seria uma sexta-feira.
E onde está o problema ?
Engraçado ouvir certos comentadores próximos dos Rosinhas e dos Laranjinhas a dizerem que os F.P. aproveitariam este dia para ir fazer as compras de Natal.
Bem esta está de mais. Pena é que estes mesmos senhores não tenham a noção de que o salário médio da F.P. anda á volta dos 650 Euros. Não estou a falar do peixe graúdo que têm grandes ordenadões e que é colocado na F.P. por propostas partidárias ( e que até não faz greve e se a fizer são estes os chamados oportunistas), estou a falar de muitos e muitos milhares de F.P. que recebem pouco mais do que ordenado mínimo nacional. Esses por certo não vão ás compras para o Natal, assim como os demais trabalhadores do sector privado que ganham pouco mais que 500 Euros. Se pensam que é com este grande ordenado que se podem fazer compras extras de prendas, não me importava de trocar por exemplo com o Marcelo Rebelo de Sousa ou com o José Miguel Júdice o meu ordenado. Talvez assim eu e outros como eu tivéssemos de facto um Natal com prendas. E eles que tentassem governar-se com o salário médio da maioria dos trabalhadores e iam ver se faziam compras de Natal.

Estes senhores deviam ter vergonha do que dizem.

Greve Geral na Função Publica

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública convocou para o próximo dia 30 de Novembro, uma greve geral e nacional de trabalhadores da Administração Pública, para exigir melhores salários, uma verdadeira negociação das condições de trabalho e contrariar a destruição dos Serviços Públicos.
Deste modo, a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública e os Sindicatos da Função Pública do Norte, do Centro, do Sul e Açores e dos Consulados e Missões Diplomáticas iniciaram já o processo de mobilização dos trabalhadores que representam para a participação nesta nova jornada de luta.
Numa altura em que o Governo se mostra intransigente no que toca aos aumentos salariais, tentando impor percentagens que confirmam a perda de poder de compra já registada em anos anteriores; numa altura em que se perspectiva a entrada em vigor de um novo sistema de avaliação de desempenho que é apenas e só um instrumento de coacção dos trabalhadores; numa altura em que se prepara a destruição do vínculo público e dos sistemas de carreiras e de remunerações, a luta dos trabalhadores da Administração Pública é determinante.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Os números da Guerra


Segundo uma investigação levada a cabo pela CBS News os números oficiais apresentados pelas autoridades dos EUA quanto ás baixas entre os soldados Norte-Americanos é falsa. Os números apresentados pelas autoridades contabilizam cerca de 4 mil vitimas desde 2003 quando o numero é muito superior, mais de 15 mil soldados morreram em consequência do conflito. São números que são omitidos pela administração Bush. Outro dado não menos importante é o facto de os suicídios entre os veteranos de guerra ascender a 6256 indivíduos. São jovens entre os 20 e os 24 anos. As deserções aumentaram mais de 80%. Mais de 5000 jovens deixaram o serviço militar.

Segundo os cálculos dos eleitos democratas do Comité Económico do Congresso, revelados a semana passada pelo Washington Post, as guerras já custaram em média a cada família norte-americana 20 mil dólares.

Para chegar a este valor, o Comité teve em conta o que chamou os «custos ocultos da guerra», os quais incluem os efeitos nos orçamentos familiares da subida do preço do petróleo, as despesas dos tratamentos dos feridos e mutilados, e os juros pagos sobre os créditos de guerra.Assim, dizem os democratas, os custos das guerras promovidas pela administração Bush no Iraque e no Afeganistão não totalizam 804 mil milhões de dólares, mas sim 1500 mil milhões de dólares.Cada vez mais existem mais pobres nos EUA, ao passo que a grande burguesia alimenta taxas de lucro fabulosas com a economia da guerra, milhões de norte-americanos não dispõem de rendimento suficiente para responder às mais básicas necessidades.Segundo um estudo do Departamento de Agricultura e o Instituto Nacional dos Censos dos EUA, cerca de 35 milhões de norte-americanos, 12 por cento da população do país, não possuem quaisquer recursos para se alimentarem quando estão desempregados, situação particularmente grave entre os adolescentes e as mães solteiras, subgrupo que totaliza quase 14 milhões de pessoas.

Os dados do Centro Americano para o Progresso (CAP) são ainda mais alarmantes na medida em que afirmam que um em cada oito cidadãos, 12,5 por cento da população, 37 milhões de seres humanos, sobrevive na mais absoluta miséria. Esta é a maior "Democracia" do mundo, onde muitos dos políticos Portugueses se revêem. Estas são algumas das vantagens de uma sociedade Capitalista.

A Rua da Polémica


Li esta semana no "Jornal Avante" uma noticia que me deixou preocupado. Em Aveiro na rua mais movimentada da cidade ( Rua Homem Cristo), junto ao Novo Centro Comercial, onde ao longo de muitos anos os comunistas distribuíram propaganda e fizeram bancas, vêm agora uns senhores seguranças constantemente importuna-los pelo facto de ali estarem. E dizem mais, que é proibido fazer propaganda politica ali pois apesar de a rua ser publica, fora arranjada por eles e era para a circulação dos seus clientes. Não fosse a insistência e não aceitação destas "ordens" vindas dos seguranças do Centro Comercial, que depois de chamarem a policia se vêm confrontados com a resposta habitual dada pelas autoridades," Os senhores podem estar aqui á vontade". Mas o que mais me indignou foi saber que os camaradas estiveram a semana passada nessa mesma rua e os seguranças desse mesmo estabelecimento tiveram a lata de ir pedir um exemplar do Avante para assim fazerem um "RELATÓRIO". Ao que chegamos, parece que voltamos novamente ao antes do 25 de Abril onde os comunistas eram perseguidos pelas suas actividades, e onde existiram tantos e tantos Relatórios contra tanta e boa gente. Fica aqui só uma chamada de atenção para o facto de as liberdades e garantias dos cidadãos estarem cada vez mais a ser postas em causa, e dizer que depois de nos calarem nos órgãos de comunicação social querem calarmos na RUA como que se não existíssemos. Mas isso descansem que não vai acontecer. A RUA É NOSSA E SEMPRE O SERÁ, QUER ELES QUEIRAM OU NÃO.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Hugo Chavez e o Referendo


Sobre Hugo Chavez muito se têm falado e pelos vistos ainda mais se falará. Mas gostaria de focar alguns pontos que a mim me parecem importantes. É um facto que existe neste momento uma proposta para alterar a Constituição Venezuelana já aprovada pelo parlamento, e que em primeira leitura pretende estabelecer um " modelo socialista". Esta proposta vai ser referendada agora em Dezembro. São muitos os pontos a alterar. No fundo tem como objectivo primeiro o reforço do poder do estado sobre a economia e o fim da autonomia do Banco Central. Reforça dos direitos sociais das pessoas: o dia de trabalho passa a ser no máximo de seis horas, passarão a receber ordenado as donas de casa. No que respeita á saúde esta passara a ser gratuita para todos, assim como a escolaridade ( que em parte já o são hoje em dia), etc, etc.

Existe no entanto um ponto, talvez o mais importante para todos aqueles que se opõem a estas medidas que é a possibilidade de o presidente se apresentar indefinidamente à presidência, cujo mandado passaria de de seis para sete anos. Nunca concordei com qualquer espécie de ditadura venha ela de esquerda ou de direita, também não sou muito favorável a um populismo fácil, mas queria lembrar que nestas ultimas eleições para as legislativas todos os partidos da oposição boicotaram as mesmas não se apresentando ao sufrágio preferindo fazer manifestações "gigantes" na rua, dizendo que estas não estavam a ser livres. Mas não foi isso que a comunidade internacional achou , quer os observadores da União Europeia, quer o dos EUA, e não crio que eles estejam a fazer algum favor ao Chavez dizendo isso. Mas levando em conta que estamos a falar de um país que se encontra situado na América Latina, onde só há muito pouco tempo a esta parte as democracias estão a chegar, gostaria de referir este contraste, o não se falar por exemplo do que aconteceu agora na Argentina em que o casal presidencial se reveza, Cristina Kirchner venceu as eleições presidenciais, antecedendo o seu marido. É um pouco complicado para mim entender estes dois pesos e duas medidas, não sei bem qual é a diferença. Bem eu sei qual é. De um lado está com o poder económico e do outro está o oposto. Eles pelos vistos vão poder escolher. E nós ???

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Por qué no te callas" Rei


Esta semana o programa semanal da RTP "Prós e Contras" foi alusivo á celebre frase do Rei de Espanha atirada para o Presidente Hugo Chávez em plena conferência Ibero-Americana. Fátima Campos Ferreira convidou dois espanhóis (que falavam espanhol e tudo, até parecia que estava a ver a TVE) para o debate. Agora parece que somos obrigados a entender a língua de Cervantes, enquanto que eles dizem sempre "que no te entendo", pelos vistos nós temos de os entender. Tirando a animação do debate feita por estes nossos "irmãos" ibéricos, os convidados portugueses, esses coitadinhos, estudaram todos pela mesma cartilha, não ouve direito ao contraditório. A opinião foi unânime: Chávez é um ditador e o Rei e Zapatero são os democratas. Não estou a por em causa o direito do povo Espanhol em ter uma Monarquia que até foi sufragada nas urnas, nem tão pouco a legitimidade de PSOE de Zapatero governar a Espanha, visto ter sido este o partido vencedor, o que ponho em causa é estes senhores não reconhecerem o mesmo sentido democrático que tiveram os Espanhóis em escolher livremente os seus governantes não o fazerem em relação ao povo da Venezuela, já que as eleições foram livres e justas com a agravante de na Venezuela estarem a ser sempre supervisionadas por organismos internacionais. Só dizer mais uma coisinha, Chávez talvez seja o presidente em exercício que mais eleições disputou e que as ganhou democraticamente, mesmo com muita ingerência de muitos outros países e da CIA á mistura. Por algum motivo o povo está com ele e lhe dá assim tanto apoio.

Será por causa da distribuição da riqueza que ele têm feito no seu país ?

Será pela melhoria substancial dos cuidados de saúde que presta ao seu povo?

Será por ter dado ao povo a possibilidade de ter um ensino verdadeiramente gratuito para todos ?

Será porque as condições de vida da maioria dos Venezuelanos estão a melhorar ?

Todos os indicadores dizem que sim, quer em termos económicos quer em termos sociais. Esta será talvez a grande obra de Chávez.
Deve ser por causa deste modelo de sociedade, que anda a meter medo a muita gente, que os ocidentais e neste caso os antigos colonizadores têm tanto receio.

Daqui na língua de Camões te digo " Cale-te tu " e vai mas é velejar para o mar alto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Vá se lá Saber Porquê.


Os Chineses andam na boca nos nossos governantes. Começou pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa o Ex Ministro António Costa ao dizer que nem que cada Chinês desse 1 euro a divida da CML ficaria paga. Depois o nosso Presidente da Republica na sua visita de estado ao Chile comete uma gafe gravíssima, chama de Chineses aos Chilenos( bem já não foi o 1º Presidente a fazê-lo, Jorge Sampaio a quando da sua visita ao Chile lhes tinha chamado de Cubanos). Isto tudo para dizer que os nossos governantes devem andar com os olhos em bico pois só pensam em chineses. Deve ser porque estão com medo de alguma invasão do nosso território, já que eles segundo se diz não morrem, pelo menos aqui no nosso país não existem registo de óbitos. Será que vivem eternamente ??? Deve de ser por isso que eles são tantos.
Mas estou a achar de mais, tanta referencia a este povo. Será que estes senhores querem copiar o modelo económico da China ???
Cada vez mais este país se está a tornar uma sociedade onde o capitalismo selvagem impera e onde o povo sofre com a exploração de empresas multinacionais que se vão instalando, pagando aos seus empregados ordenados de miséria e fazendo trabalhar esta gente como autênticos escravos. Baixos salários, alta produtividade (segundo o que dizem). Aquilo de comunismo não têm nada, a avaliar pelas monstruosas fortunas que certos homens de negócios estão a acumular. Será que é este o modelo que os nossos governantes querem aqui para Portugal. Bem o nosso Ministro da Economia já tinha referido que a nossa economia tinha de competir com a dos Chineses. Ele estaria a referir-se aos baixos salários ??? Pois por este andar talvez sejamos competitivos mesmo com eles, pois em termos Europeus já o somos.

Eu, pelo sim e pelo não continuo a não gostar da comida chinesa. Vá se lá saber porquê.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Crise ??? Só mesmo para os Trabalhadores.



Isto é que o Sr. Primeiro ministro não diz no debate do orçamento : Lucro dos cinco maiores bancos soma 2200 milhões de euros até Setembro de 2007.
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal obtiveram lucros de 2204,8 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, mais 13 por cento que em igual período de 2006. E estas contas são só até Setembro deste ano, ainda faltam mais 3 meses até á sua finalização.
Pergunto onde está a crise para estes senhores ???
Então só nos os desgraçados é que temos de apertar do cinto e pagar o tal maldito défice ???
E porque não fazer aqueles que apresentam lucros tão gigantescos pagar mais impostos sobre esses mesmos lucros???



Aqui ficam os números:

- CGD 675 milhões de euros

- BES 487,8 milhões de euros ( mais 60% que em igual período do ano passado).

- Santander Totta 388,3 milhões de euros

- BPI 249,4 milhões de euros

- BCP 403,7 milhões de euros

Estes são os números, são reais não são ilusão de óptica. Os impostos cobrados pelo estado nem de longe nem de perto chegam aos valores cobrados a uma pequena e média empresa que paga mais de 40% de IRC sobre os lucros, os bancos ficam-se por uns míseros 25% ( e diga-se que só a CGD é que declara com exactidão os seus números, os outros como sabemos fazem as tais negociatas em offshores como por exemplo o da Madeira e tantos outros).
É esta a justiça social dos governos que passaram em S. Bento, tanto do PPD/PSD como por este governo dito de socialista que ainda consegue dar mais fortuna a quem já tanto têm e nada dá a quem tanto precisa. Pelo contrario esta história do défice, quem a está a pagar são precisamente aqueles que nada têm, as classes mais desfavorecidas e a classe média, que praticamente deixou de existir.

Tenha vergonha Sr. Primeiro Ministro e deixe de andar a apregoar aos quatro ventos que está a governar para os portugueses. O Sr. de facto governa é para meia dúzia de capitalistas que esfregam as mãos de contentes com a sua governação.

Jerónimo de Sousa sem papas na lingua



Deixo aqui um excerto do discurso de Jerónimo de Sousa na sua intervenção sobre o Orçamento Geral do Estado ao questionar o Primeiro Ministro sobre os assuntos que de facto interessam aos portugueses.


"Senhor Presidente,
Senhor Primeiro-ministro
Senhores e Senhoras Deputadas,
Espantoso. Numa das maiores encenações dum espectáculo virtual previamente preparado. Aqui estamos entre galerias cheias, luzes estonteantes e petardos de pólvora seca e ver um dullo pívio e que bem pode ter como epílogo, algures nos passos perdidos a repetição da cena do Primeiro Ministro satisfeito com um ex-primeiro Ministro e um off a dizer a famosa frase.Porreiro Pá!!!
Diluídas e silenciados serão as malfeitorias dum Orçamento que expressa a persistência dum caminho de injustiças e desigualdades sociais, de abandono do necessário crescimento económico e do emprego!O senhor primeiro-ministro apresentou-se aqui, com o que pensa ser a sua coroa de glória – a redução do défice. Não disse foi à custa de quê e de quem o consegui. Qual foi o preço que o país pagou e se se justificava pagar tal preço. Esqueceu-se de referir que foi à custa do emprego, dos salários da administração pública e dos demais trabalhadores, do corte nos direitos dos portugueses e das funções sociais do Estado, nomeadamente na saúde e na educação. Esqueceu-se de referir que foi à custa do aumento dos impostos indirectos, como o IVA, que penaliza o consumo das camadas populares. E não disse que os poderosos, as grandes fortunas, o capital financeiro e os grandes grupos económicos, não só não pagaram nenhum preço, como engordaram os seus lucros e privilégios.Com tanto auto elogio, como explica que tenhamos o doloroso título de país europeu com mais injustiça social?Esqueceu-se de dizer que foi à custa de incontáveis sacrifícios das camadas populares do povo, os únicos que pagaram a factura da estratégia errada do seu governo e das suas opções políticas, que em vez de aproveitar os prazos mais alargados do Pacto de Estabilidade para relançar a economia com mais vigor e fazer recuar o desemprego fez o contrário penalizando ainda mais os portugueses. Em relação aos impostos é a injustiça fiscal que prossegue. É um novo agravamento dos impostos para os reformados. As reformas passam a ser tributadas a partir de 6000 euros ano. Sempre a puxar para baixo quem já pouco tem!Entretanto os benefícios fiscais para offshore da Madeira aumentam de 1000 milhões em 2007 para 1780 milhões em 2008. Mais 780 milhões. Dão-se de “mão beijada” milhões de euros ao grande capital e vai-se penalizar quem conta os cêntimos nas suas reformas e pensões, enquanto os salários da administração pública continuam também a marcar passo e o custo de vida a aumentar em resultado do sistemático aumento dos bens alimentares, como é o caso do pão que este ano já subiu 20%, da energia, como é caso da electricidade com aumentos superiores aos da inflação e de outros bens e serviços essenciais. Tudo sobe acima da inflação prevista, menos os salários as pensões e reformas.No âmbito deste Orçamento vamos propor que a taxa normal do IVA seja no imediato reduzido para 20% e em 2009 para 19%. Medida que se justifica por razões de dinamização económica do mercado interno, também por razões sociais, já que são os produtos de consumo popular e classes populares as mais afectadas com os aumentos do imposto. Dramatiza-se o défice para cortar nos salários e nos direitos das pessoas, mas nem um tostão corta, antes se acrescenta, nos benefícios fiscais que permitiria reduzir o tão empolado défice. "

Cheques Oferta para Alimentação em 2010


Teixeira dos Santos falando da proposta feita pelo PCP para reduzir a taxa de IVA num ponto percentual - de 21% para 20% - já em 2008, falou esta manhã durante o debate na generalidade da proposta de Orçamento de Estado e disse - " Os 3% de défice é um resultado assinalável, mas não é o fim da consolidadação", afirmou o Ministro. E lembrou mais, " que este Executivo assumiu o compromisso de que o défice atinja os 0,4% em 2010"( Mas assumiu com quem??? Com os portugueses??? Não me lembro de prometerem isso em campanha eleitoral).
Neste sentido, Teixeira dos Santos "sublinhou que só será possível avançar para a redução da carga fiscal quando o défice estiver num valor próximo do equilíbrio”.“Até lá não podemos entrar em veleidades”, diz ele, recusando assim a descida de imposto“fora de tempo”, que “seria irresponsável e iria pôr em causa” o esforço dos portugueses e “deitar tudo a perder”( Pois as eleições são em 2009, talvez nessa altura, não ???).
Muito bem senhor Ministro. Quando chegarmos a atingir o tão esperado equilíbrio orçamental e o tal défice ( que eu nunca vi pessoalmente) estiver nos 0,4, estarão os portugueses a viver no país mais equilibrado da Europa dos 27. Uns viverão bem, como o fazem actualmente, outros, a grande maioria, estará nas filas á espera dos tais cheques oferta, que nessa altura não serão para ir aos médicos dentistas, mas sim para arranjar comida para confortar o estômago.

Dentes de Leite Requerem Dentista


Mais um Orçamento de Estado e mais umas promessas. Tudo vai bem no país dos ricos. Uns estão cada vez mais ricos e outros também, só que de espírito e de conforto, pois coitados confortam-se uns aos outros. E depois de tanta expectativa a montanha pariu um rato. O tão esperado encontro entre dois grandes mentirosos ocorreu lá para os lados de São Bento, mas mais parecia um chirriar de ideias toscas e sem sentido do que alguma coisa que tivesse algum substrato ( antes tivesse, as plantas agradeciam). De tudo o que me ficou na minha memória ( talvez fraca ) foi os cuidados de higiene oral que as nossas crianças vão ter na escola (talvez para não chegar ao estado desta imagem). Mas não entendi uma coisa:
"Oh José podias explicar como é que putos de seis anos que ainda lhes estão a cair os dentes de leite precisam de ir dentista".
Eu sei que existem casos e casos e há crianças que precisam desses cuidados, mas convenhamos esta foi mais uma medida daquelas " Fica Bem", nada mais. Se tu dissesses que ias colocar dentistas no Serviço Nacional de Saúde, para satisfazer as necessidades aqui do povinho, isso sim é que era uma medida a aplaudir. Esta dos cheques "oferta dentista" para idosos e grávidas não entendi mesmo. Porque não vamos aos centro de saúde?? Há!!! Pois estão todos a fechar, é isso.
Esta dos "dentistas" terá sido esta uma ideia do Portas ???? Não me admirava nada.
E é mais um orçamento que parece que de novidades só teve mesmo a consulta que o nosso Primeiro deu de medicina dentária...Bem valeu pela aula.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Europa cada vez mais Longe ...


Muitas razões existiriam para a realização de um referendo à revisão do Tratado Europeu. Aqui ficam algumas:

- Os dois maiores partidos políticos prometeram de forma solene, nas suas campanhas e nos respectivos manifestos eleitorais, a realização de um referendo. E o que está a acontecer ??? Precisamente o contrario. O PPD/PSD, na sua reunião do conselho nacional aprovou a rectificação do tratado pela via parlamentar e esqueceu-se do que tinha prometido em campanha. O PS que também o prometeu em campanha eleitoral, está calado, e espera. Talvez estivesse á espera dos laranjas para ir a reboque, sim porque estas coisas já estão á muito cozinhadas entre os dois ( e digam lá que não são iguais).
- Coitados esqueceram-se que negociaram uma revisão constitucional para a realização do mesmo. Esquecidos estes meninos !!!!
- Mais, eles até já tinham a data do dito referendo acordada.
- E porque não esclarecer-nos do que é realmente este tratado ??? Custa assim tanto ???
Se é assim tão bom, porque não fazer a pergunta aos Portugueses ???
Pensarão estes senhores que nós somos assim tão burros que não entendemos o que dizem ???
Ou estarão eles com medo ???
A mim parece-me mais isso. Medo !!!! Muito medo que a maioria abra os olhos. Querem-nos na ignorância, para que não tenhamos opinião.
E que sintonia linda esta a dos dois ditos maiores partidos, se um diz mata outro diz esfola.
Mas no fundo isto é tudo uma malta " Porreira pá " !!!! E a Europa fica lá tão longe...