quarta-feira, 24 de abril de 2013

As portas que Abril abriu, ninguém as pode fechar!


Hoje é véspera de comemorar-mos o 25 Abril de 1974, uma data marcante para mim e para todos os que amam a liberdade. Foram poucos aos anos que vivi em ditadura, mas os poucos que foram bem que me recordo deles.Miséria, fome, analfabetismo,  o medo, sempre o medo presente nas falas das pessoas, o não se poder dizer. Lembro-me dos bufos, lembro-me do meu pai dizer que o vizinho era bufo. Lembro-me da minha mãe me bater, porque eu aos gritos disse uma vez " Oh mãe, vai falar o cabeça de abóbora". O medo  sempre o medo a imperar. Lembro-me do sinistro professor, que vestia sempre de fato escuro, e nunca sorria. Lembro-me dos retratos, na sala de aula do "cabeça da abóbora" e do Marcelo ( o do Salazar já tinha sido retirado ). Lembro-me do Natal, e na tristeza que era escutar na televisão, os nossos homens a darem as boas festas às famílias, e eles longe a lutar por uma guerra estúpida, lembro-me de ver o meu pai chorar, quando os escutava, ele que também foi uma vitima desse regime e dessa guerra. Lembro-me de ir (algumas vezes) com os meus avós para a porta do quartel da Graça, com uma marmita, esperando que os tropas acabassem de comer, para depois serem distribuídas as sobras pelos muitos que ali esperavam. Lembro-me que um dia, não houve sobras e viemos de mãos a abanar. Lembro-me daquela mãe que perdeu o filho na guerra e que quando soube a noticia, durante toda a manhã, gritou e gritou tanto pelas ruas da Graça, que ninguém, mas mesmo ninguém a conseguiu  deter e acabou exausta deitada no chão,  na rua  onde morava (vila Berta), ainda hoje tenho os seus gritos na minha memória ( era a mulher do Manuel Cotovio) . Lembro-me de muita coisa, no 25 de Abril de 1974 eu tinha 9 anos. 
Não quero, mas não quero que o meu país volte a um tempo de escuridão, de escravidão, de fome e de medo.   Lutemos pois para que todas as conquistas alcançadas com o 25 de Abril, não sejam postas em causa, nem retiradas, por um bando de malfeitores cujo único objectivo é o acertar contas, com quem nos deu a LIBERDADE. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Adélante Venuzuela !!!


Micolás Maduro é o novo presidente da Venezuela, ganha as eleições com 50,7 % dos votos. Henrique Capriles obtém 49,1%.  Após o anuncio do vencedor pelo colégio eleitoral, o candidato perdedor diz não aceitar os resultados. Nada que não se estivesse à espera. As forças mais reaccionárias, usam toda a sua influência sobre alguns sectores da população para criar instabilidade e assim obterem dividendos políticos  tentam ganhar na rua, o que não ganharam nas urnas. Considerado um dos sistemas eleitorais mais avançados do mundo, as eleições na Venezuela contam com a presença de observadores internacionais, para validar o escrutínio. Até agora nenhum desses observadores veio dizer que existiram irregularidades na contagem dos votos. 
Tanto se fala em democracia e nas vantagens que são, viver, neste sistema de sociedade,  mas só quando a democracia lhes é favorável,  quando os interesses do capitalismo não estão assegurados, então,  legitimar eleições, onde o povo não escolhe "bem", não interessa, vai daí, diz-se que existiu uma fraude. Nos países da América Latina isso sempre foi o "pão nosso de cada dia", veja-se o exemplo do Chile de tantos outros. Infelizmente, até ao momento já morreram sete pessoas, neste conflito e muitos foram os feridos que chegaram aos hospitais. Mortes que acontecem devido à ganancia de alguns.  O povo deve estar atento e  defender esta legitimidade democrática, da sua escolha.  
Por cá, as noticias vindas a publico, sobre este caso, são mais do mesmo. Falam em fraudes, dizem que os resultados não são assim tão claros, tentam dar força à oposição de direita, com o intuito de desestabilizar o país. 
O capitalismo tem sempre destas coisas, à que o combater usando todas as "armas" que temos ao nosso alcance, a força da nossa razão e da nossa luta. Adélante Venezuela, a luta continua. 



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Suspenda-se esta democracia. Nova Revolução é necessária.





Suspenda-se o Tribunal Constitucional, causador de todos os males que nos estão a acontecer. 
Suspenda-se todas as despesas do Estado até que eu dê ordem noutro sentido. 
Se isto não é um Estado Ditatorial, então, o que é um Estado Ditatorial ?
A dias de mais uma comemoração do 25 de Abril de 1974, todos nós, sentimos, no mais profundo do nosso interior, no intímo das entranhas, no fundo, do fundo da víscera mais profunda, o sabor da amargura, a profunda tristeza e desilução que é viver neste país. Portugal, libertado da opressão de uma ditadura e passados 39 anos, é obrigado a viver numa outra ditadura. Este novo Estado, governado por tecnocrátas e mal-feitores não nasceu de geração espontânea, nasceu porque o povo assim o quis. Não existiu aqui nenhuma fecundação do Espirito Santo, este Estado foi parido pelo povo. Todos dizem que a democracia não acaba com o acto de votar, mas o que é certo é que nem isso este povo quer fazer. Capitulou, perante aqueles que nos falam em inevitabilidades e que nos dizem ou é assim ou não há dinheiro. E o povo com medo, deixa-os continuar. E o povo com medo, nas próximas eleições, continua a votar neles. E são nestes momentos que surgem os iluminados, também Hilter o foi. 
Há uns tempos, alguém disse para se suspender a democracia por seis meses, eu diria que não será necessário oficializar essa suspensão, ela já existe de facto. Desde as primeiras eleições livres em Portugal, depois da revolução de 25 de Abril, que a suspensão da democracia, tem vindo a ganhar terreno à verdadeira democracia representativa. A maioria dos que nos representam, representam-se a eles próprios e às suas famílias políticas, aos interesses do poder económico e do grande capital financeiro, daí que aos poucos, todas as conquistas trazidas com a revolução de  Abril, terem vindo,  ao longo dos anos,  a ser retiradas para que possam reinar sem que os seus interesses serem postos em causa . As sucessivas revisões da Cosntituição, leis aprovadas na AR vão nesse sentido.
Um outro paradigma é necessário e é urgente. A democracia não se esgota com o acto de votar, terá de existir uma maior participação dos cidadãos na vida da comunidade. Mas para que isso posso acontecer será necessário suspender esta democracia e fazer uma nova revolução, mas desta vez,  uma revolução de mentalidades.  

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cairá de Maduro ou de podre?

Este governo e o seu "timoneiro" bateram no fundo. Todos ou quase todos os ministros são incompetentes, a começar pelo primeiro, que os "escolheu" . Esta demissão, anunciada de rompante, traz, no meu ponto de vista, algo que cheira a esturro. Ou Relvas, ao se demitir, quer salvar um governo moribundo ,  sim, porque esta decisão, já estava tomada à muito tempo, desde que o Ministro da Educação Nuno Crato, tinha em sua posse o inquérito final à Lusófona, ou é mais um tiro no escuro na tentativa de desvalorizar mais uma inconstitucionalidade encontrada pelo Tribunal Constitucional e com esta seria a segunda vez que isso acontecia, desviando assim as atenções do essencial para o acessório.
O facto de nos quererem mandar com água para a fervura, acalmando as hostes, pode parecer como que um balão, que estando muito cheio, teima em não rebentar, mas chegará a um ponto, em que não se conseguirá aguentar mais e rebenta.
Irá o governo cair de maduro, ou melhor dizendo, de podre?