quinta-feira, 18 de outubro de 2007

2 Milhões de Pobres em Portugal


A pobreza é envergonhada e normalmente passa ao lado que quem passa por ela todos os dias. Basta um pouco de atenção e vermos com olhos de ver para começarmos a ver aquilo que muitas das vezes alguém envergonhado tenta esconder. Os Pobres de hoje em dia, como os de outros dias e de todos os tempos, não serão tanto aqueles que nos estendem as mãos na rua pedindo uma moeda. Os verdadeiros pobres não pedem. Têm vergonha. Porque a maioria trabalha e muito, mas o que fazer quando o rendimento que auferem não lhes chega até ao final do mês para conseguirem pagar as despesas do dia a dia. Não nos enganem com a história de que vivemos a cima das nossas possibilidades, porque estes pobres de que estou a falar não compram roupa Armani, nem bens alimentares importados, nem vão a concertos, cinema ou teatro. Sofrem sozinhos e pensam se vão ter comida na mesa amanhã. Muitos e cada vez mais vejo irem á farmácia não aviando os medicamentos todos, escolhendo só aquele medicamento que pensam eles que faz mais falta. Esta é a realidade deste meu País, onde os reformados são cada vez mais esquecidos e abandonados, onde quem trabalha por conta de outrem sofre silencioso porque não pode dizer ao patrão que o dinheiro que recebe ao fim do mês não chega, pois arriscam-se a ser despedido. Triste vai este meu Povo.
No dia em que o INE veio revelar que 32% da população activa entre os 16 e os 64 anos seria pobre (para além daqueles que já o são de fato), se não dispusesse de apoios do Estado, nesse dia, o primeiro-ministro Sócrates não veio a público falar de rankings como fez a semana passada a propósito das notícias sobre o «governo electrónico», que colocam Portugal em 3.º lugar quanto a «disponibilidade dos serviços públicos on-line» e em 4.º lugar quanto à «sofisticação desses serviços». Terá sido porque a sopa dos pobres ainda não está disponível na Internet...

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