quarta-feira, 17 de outubro de 2007

História "Ao Gosto de Quem Conta"


Tal como vem acontecendo ultimamente muita gente se quer apropriar da história de certos homens. Ao ler certas bibliografias sobre o Adriano Correia de Oliveira que vieram agora publicadas em alguns jornais aqui do nosso burgo, verifico o quanto querem enganar, reescrevendo o percurso de vida deste homem, não tanto o artístico, mas o seu percurso politico. Custa-lhes muito admitir que este grande lutador anti-fascista e militante do Partido Comunista Português o tenha sido até há hora da sua morte. Mas assim foi. Adriano foi comunista até ao fim dos seus dias. Em 1960 aderiu ao PCP e nele se manteve até morrer. Foi um homem que lutou sempre pela Liberdade pela Democracia pela justiça social, sempre ao lado do povo e muito importante sempre com o seu Partido. Foi um dos mais marcantes autores da musica de intervenção portuguesa e da canção de Coimbra.
A sua condição de comunista é inseparável do percurso e das opções que tomou ao longo da vida, de que são testemunho os inúmeros espectáculos e acções em que durante o fascismo cantou pela liberdade tendo sido uma bandeira da luta do Movimento Estudantil, o seu papel impulsionador para que grandes nomes da música portuguesa se dessem a conhecer, a sua participação no Comité Organizador da Festa do «Avante!» desde a primeira edição, o seu envolvimento militante em centenas de iniciativas do PCP onde cantou a sua música de norte a sul do país. «A única luta pelo poder em que estou empenhado é a luta para que o povo português tome o poder e que nessa luta tenha um papel determinante a actividade do aparelho político organizado que é o PCP, a que pertenço.»
Interrogo-me como passados 25 anos sobre a morte deste homem, querem omitir, esconder, inventar outras histórias, no fundo contar factos de uma história escrita por não sei quem, ao gosto pessoal de não sei quem. Esquecido por todos aqueles que hoje lhe prestam homenagem, vêm agora estes "socialistas" encarapuçados e envergonhados inventar factos históricos. Quem sabe se daqui a 25 anos o Álvaro Cunhal, para estes senhores, não teria sido um dissidente do PCP. Mas contra factos não há argumentos. Adriano era dos nossos e não dos "deles", foi e será sempre lembrado quer eles queiram ou não, como um Comunista.

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