segunda-feira, 2 de julho de 2007

Presidência Portuguesa da U.E.


Começou ontem a Presidência Portuguesa da União Europeia. A cidade escolhida para esta passagem de testemunho da presidência Alemã para a Portuguesa foi a cidade do Porto. Muito boa escolha a dos nossos governantes. Por certo não será alheio o facto de nesta cidade, outrora um dos grandes pólos de desenvolvimento do norte de Portugal e também da região da Galiza, existirem hoje em dia tantas diferenças sócias e económicas entre os seus habitantes. Será de longe onde existirão mais milionários, mais gente com dinheiro e influência, mas também será de longe aquela onde existe mais pobreza dita envergonhada, muito por conta das empresas encerradas abruptamente e que se deslocam para outros países.
Boa escolha a do governo, estava lá a nata do capital Português. Os milionários dos Ferrari agradem.
Ora a mui ilustre cidade do Porto foi o arranque de uma presidência (que esperam os magnatas do dinheiro) seja o principio de uma união de estados através do tão esperado tratado Constitucional, sim podem dar-lhe outro nome mas na essência é disso que se trata uma Constituição Económica Europeia.
E como bom aluno que é, o estado Português tudo fará para que esse tratado seja assinado pelos 27 Estados ainda durante a sua presidência. Mas graça, das graças, um tratado somente assinado pelos governantes e rectificado pelos parlamentos nacionais sem que os povos possam dizer uma palavra, sem que possam dar uma opinião, no fundo sem que seja feito um referendo para dar a palavra ao Povo. Ficam esquecidas as promessas eleitorais (como tantas outras promessas feitas) para que o tratado a ser aprovado, tenha a aprovação do Povo Português ou de qualquer outro País da U.E.. Isto só têm uma palavra, o medo que os nossos governantes ( e os outros) têm de explicar o teor desse mesmo tratado. Por certo os Povos o iriam rejeitar, não porque estejam contra a Europa, mas porque a soberania dos seus estados está a ser posta em causa. Meus amigos é disso que se trata, da soberania dos Estados. Estamos a caminhar não para uma Europa mais social e igualitária, mas para uma Europa mais desigual onde os estados com maior peso esmagam os mais fracos, onde as assimetrias cada vez são mais fortes. Onde o que se decide para o interesse de todos nós não passa por aqui, pela nossa vontade mas sim pela vontade de um conjunto de senhores que subordinados ao poder económico mandam e desmanda em nossas vidas. Por tudo isto espero que os Povos consigam através das suas vontades ter uma palavra a dizer e que todos nós sejamos informados do que realmente querem fazer ao Velho Continente.

Sem comentários: