quinta-feira, 3 de abril de 2008

"Só vai dar PCP"


Não é a primeira vez que me indigno contra a nossa Comunicação Social. É um facto de que ela não usa o mesmo critério de isenção na informação, em relação ás várias forças politicas e mais concretamente no que diz respeito ao PCP. Veio agora a publico a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), no seu relatório anual sobre exactamente o tema "Pluralismo", dar razão ás minhas criticas. Falo concretamente no programa semanal emitido na RTP, " Prós e Contras" em que este relatório reconhece a discriminação de que o PCP é alvo. A ERC constatou que, num total de oito edições do programa em que intervieram membros do Governo e de partidos políticos, durante os últimos quatro meses de 2007, o Governo e o PS foram representados por 62, 5 por cento do total de convidados. Seguidos pelos PSD (18,8), o CDS-PP (12,5) e o BE (6,3). «Não se identificaram presenças de actores do PCP e do Partido Ecologista “Os Verdes”», cita o referido relatório. A ERC confirmou também a existência de um «desequilíbrio na expressão das diferentes forças e sensibilidades político-partidárias» nos programas de comentário da RTP, protagonizados por apenas dois protagonistas, um ligado ao PSD outro ao PS. A ERC confirma ainda que esta solução «não contempla uma expressão plural do campo político, antes contribuindo para acentuar a expressão bipolar do sistema político-partidário». Para quem quiser consultar este relatório ele está disponível em www.erc.pt.

Mas o mais engraçado foi depois deste relatório ter vindo a publico um deputado do PSD ter vindo exigir uma maior equidade quanto aos critérios de informação relativamente ao seu partido. Quando um deputado do PCP o inquiriu de que esta é uma prática comum quer exercida pelo PS quer pelo PSD quando são governo, o deputado da direita disse e estou a citar " era o que faltava o PCP querer ser de 1º Classe quando joga na 4ª classe" e que "cada um dos partidos deveria ter o tempo de antena consoante a sua representação parlamentar". Por esta ordem de ideias então a RTP vai ter de emitir muita informação relativa ao PCP quer as propostas quer as iniciativas que este desenvolveu nos últimos anos, é que como essa proporcionalidade de tempo nunca se fez e para que as coisas sejam assim justas vamos ter por certo muitas emissões de antena em que só ouviremos falar do PCP.
Venha pelo menos essa proporcionalidade.

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