Eleições legislativas passadas, e no rescaldo das mesmas, posso dizer que em termos numéricos, tudo mudou.
O PS ganhou as eleições, no entanto sem a maioria absoluta, perdendo mais de 25 deputados e meio milhão de votos.
O PSD obtém um dos piores resultados, apesar da subida de 7 deputados.
O CDS sobe quer em termos de votação quer em número de deputados, podendo considerar-se um dos vencedores da noite eleitoral, contrariando o resultado que as sondagens constantemente lhe atribuíam.
O BE duplica o número de deputados e de votos, no entanto, no meu ponto de vista será meia vitória, pois sozinho não consegue ter a maioria de deputados em coligação com o PS, ficando muito longe do que as sondagens lhe vaticinavam (mais uma vez se prova que não são as sondagens que votam).
Passando agora à CDU e numa analise mais cuidadosa do que a que fiz para com as demais forças politicas, posso referir que a subida, quase de 15.000 mil votos, no total do país, fica aquém das expectativas que, eu pessoalmente, e penso que a maioria dos activistas da CDU tinham para estas eleições. É um facto que conquistámos mais um deputado no distrito de Setúbal, mas também é verdade que em termo de número de votos, tanto neste distrito como no de Lisboa perdemos cerca de 1000 votos, em cada, o que não invalida que tenhamos ganhos no resto do país, com especial incidência nos distritos do Porto, Faro e Évora. Num contexto geral não se poderá falar de uma vitória, mas também não se pode falar de uma derrota.
Os partidos que compõem a coligação terão de fazer uma análise mais detalhada dos resultados e perceberem o porquê da não captação de votos, perdidos por parte do PS, numa altura em que o país está mergulhado numa crise social gravíssima, com o desemprego a atingir níveis históricos.
Como se viu, pelo tratamento dado pela comunicação social (c.s.) à CDU em nada ajudou a que as propostas e soluções para o País tenham chegado aos eleitores. Sistematicamente, e se repararmos bem, a c.s. referia-se à coligação chamando-a constantemente de PCP. Reparei que só na noite eleitoral é que passaram a designa-la pelo seu verdadeiro nome, CDU. Também foi e é evidente, que uma das forças políticas (que captou a maioria dos votos dos descontentes), tem tido por parte da c.s. um tratamento diferenciado e com maior destaque em detrimento de outras forças politicas, nomeadamente a CDU. Mas tudo isto não invalida que não se tenha de repensar a forma de como se passa a mensagem. No meu ponto de vista a estratégia para a campanha eleitoral terá de ser repensada. Continuamos a não capitalizar o voto da juventude e o voto do descontentamento, se somos nós que estamos na cabeça do "touro" quando os trabalhadores precisam de nós. Esteve muito bem Jerónimo de Sousa nesta campanha, e penso que com ele o PCP e a CDU ganham cada vez mais prestigio e admiração por parte do povo. Mas há que rentabilizar essa mais valia e transformar isso em número efectivo de votos.
Não há que desanimar, isso é para os fracos, seguimos em frente, temos mais uma campanha para fazer, mais esclarecimentos a dar e posições politicas a conquistar, não para ter lugares de poder mas para resolver os problemas com que as populações se debatem.
Estou confiante de que a CDU irá obter um bom resultado nas autarquias, quer conquistando novas presidências de Câmara e de Juntas de Freguesia, quer em número de mandatos em Assembleias Municipais.
Ao trabalho e bons esclarecimentos. A CDU avança com toda a confiança.