Independente, segundo o dicionário da língua portuguesa é um individuo que revela independência ou amor pela independência, é um ser livre, um ser autónomo.
Pois bem, neste conceito, e desde que não se seja militante de nenhum partido politico ( e mesmo esses são livres, ninguém está lá obrigado), cabem quase todos os Portugueses. Pelas minhas contas seremos então mais de nove milhões de independentes. Ora cá para mim, e pelo que conheço das pessoas, existem tendências, demonstradas ao longo das várias eleições, pelas quais os ditos independentes têm mostrado preferência. Poderão umas vezes votar mais para um lado e outras mais para o outro, e existem ainda aqueles que gostam de estar do lado dos que pensam que vão ganhar, independentemente se são bons ou maus.
Como referi, neste conceito, cabem quase todos os portugueses. Há algum tempo a esta parte que muita gente acha que a sociedade civil, os tais ditos independentes, devem participar mais activamente, nos diversos actos eleitorais que são decorrentes dos finais das várias legislaturas. Como os ditos independentes só podem concorrer, com listas próprias em termos autárquicos e a titulo individual para Presidente da Republica, muitas das vezes, usam os partidos já existentes, para concorrer nas listas desses mesmos partidos. Quem não se lembra do movimento de cidadãos, chefiado pela Arquitecta Helena Roseta, ou de Sá Fernandes como independente nas listas do BE, todos eles manifestavam a sua independência partidária e hoje estão os dois muito bem arrumadimhos na CML ao lado do Costa.
Pouco tempo depois, tivemos mais um embuste, o Nobre, não os das salsichas, mas o da AMI. Como independente, escolheu o lado dos que eventualmente iriam ganhar, e depois de ter feito uma campanha para a Presidência da Republica, anti partidos, revelou ser mais apegado ao sistema, que tanto criticou, que certos políticos militantes. Este senhor sempre esteve envolvido com pessoas que viviam do poder e dos partidos que sustentam o poder.
Isto vem a propósito da constante insistência para a participação de pessoas não ligadas aos partidos políticos na vida politica, mas pelos exemplos que temos tido o que se verifica é que, ou as pessoas que se chegam não são mesmo talhadas para o bem publico ou vêm com outros intuitos como o sejam o favorecimento pessoal. Como diz a canção " para melhor está bem, está bem, para pior, já basta assim...".
Se querem mesmo modificar alguma coisa, então integrem os partidos existentes, ou formem outros, só assim entendo a participação dos cidadãos na transformação das sociedades e na vida colectiva, até porque assim não se poderá cair em erros individuais, visto serem os partidos "bens" colectivos" (apesar de nem todos funcionarem assim).