Preocupante, no mínimo, é o que se poderá dizer desta subida da extrema direita na Áustria. O partido populista BZÖ, de Jörg Haider, poderá obter entre 11,7 e 11,9% (ligeiramente mais do dobro do seu resultado em 2006, 4,1%). Se aos votos deste forem somados os do partido populista, a extrema-direita ultrapassa o "score" histórico que obteve em 1999, quando o partido de Jörg Haider alcançou 26,9% dos votos, a par dos conservadores, chegando desta vez perto de 30% dos votos. Quanto aos partidos de governo os Sociais Democratas e os Centristas obterão os piores resultados desde que existem como partidos.
Com discursos extremistas, xenófobos e nazis, estes dois partidos conseguem chegar assim muito perto do poder. As propostas, no mínimo estranhas, como a de retirar de todos os documentos oficias a referencia ao Holocausto, pois para estas duas formações ele nunca existiu, a de que todas as mulheres Áustriacas loiras e de olhos azuis deveriam ter no mínimo três filhos, para que os Turcos não os ultrapassem em termos de população, e mais umas tantas aberrações que ao lê-las julguei estar a viver em 1938, altura em que por esta Europa Central muitos cidadãos partilhavam ideias fascistas, juro que pensei estar a entrar num filme surreal. Fazendo uma análise sociológica destes dados, que não deixam de ser preocupantes, posso dizer que muito disto é culpa dos partidos instalados no poder há anos e anos. Esta alternância entre dois partidos, ou até mesmo a sua coligação, como acontece actualmente na Alemanha e até à pouco tempo na Áustria, fazem com que as soluções encontradas de governação estejam gastas e não produzam resultados na melhoria das condições de vida das populações. Desemprego excessivo, fecho consecutivo de empresas, perda do poder de compra, bem como a degradação da assistência social fazem deste modelo de governação obsoleto e gasto. Esta crise impostas pelos mercados financeiros deixa volátil este limbo de ideias à muito ultrapassadas e que envergonham qualquer ser humano.
Por aqui se prova que o capitalismo e o seu modelo económico estão falidos e que a continuarem só trarão prejuízo às gerações futuras. O monstro do fascismo ronda novamente a velha Europa. A história é cíclica e repete-se muitas das vezes com os mesmo erros, parece que os homens não conseguem aprender. O Capitalismo tornou as pessoas egoístas e sem valores. As sociedades estão cada vez mais alheias dos problemas sociais, por isso surgem políticos ditadores que usando a arma do populismo conseguem manobrar e enganar a opinião pública.
A Mudança é necessária, mas não esta.
Esta mudança que se passou na Áustria nós Seres Humanos dispensamos.