sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz Ano de 2008 - A Luta Continua

Espero que o ano que agora vai entrar traga para todos mais paz, neste mundo conturbado onde vivemos. A luta vai continuar enquanto existir injustiças, enquanto existir esta desigualdade social, enquanto existirem uns a ter tudo e outros a não ter nada, enquanto existir fome, miséria, pobreza..., esta luta vai ser de todos nos. Temos o direito e também o dever de fazer do mundo onde vivemos um local onde possamos ter as mesmas oportunidades e não estarmos dependentes dos restos dos ricos, das migalhas que nos dão, das esmolas de salários que nos pagam, enquanto eles enchem os bolsos a custa do nosso trabalho. Riqueza só se produz com o trabalho e eu nunca vi nenhum homem enriquecer sem explorar outro.
Os meus votos para este ano que agora vai começar são de uma maior justiça social onde a riqueza produzida por todos seja mais distribuidada para que não exista esta discrepância tão grande entre ricos e pobres. Um dos grandes flagelos de Portugal e sem duvida o desemprego, espero que os nossos governantes tenham isso em atenção pois existem neste momento muitas famílias a passar grandes dificuldades. Uma atenção também para os nossos reformados que ganham menos de 200 euros por mês, muitos deles vivem na mais pura miséria. Pobres não são os que pedem na rua. A pobreza e sempre envergonhada e essa esta escondida.
Um bom ano para 2008. A Luta Continua.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Srs Deputados: " Tenho Direito de Privacidade "

Segundo a lei aprovada recentemente pelos dois maiores partidos nacionais, terão os partidos políticos de fazer prova perante o Tribunal Constitucional das listas dos seus militantes.
Penso ser este um mal começo para uma lei injusta e que vai destroçar a identidade democrática. Já aqui referi num outro artigo que estes dois partidos querem pela força de um decreto perpetuar-se no poder partilhando o espaço alternadamente, para assim satisfazer aqueles que se servem do poder para beneficio próprio. Mas a coisa agora fia ainda mais fino, querem pela lei criada, que os partidos dêem a lista dos seus militantes anualmente.
Gostaria de perguntar onde fica a salvaguarda a nossa independência como cidadãos. Temos ou não direito a nossa privacidade ?
Pode o poder instalado ficar a saber qual o meu sentido de voto ?
Não nego nem nunca negarei que sou militante do PCP, mas isso não implica que a minha ficha de militante tenha de ser dada ao Tribunal Constitucional, para assim fazer parte de alguma lista de dados criada para efeitos menos próprios ( não vou na cantiga, como eles dizem que vão destruir essas listas depois de consultadas). Não concordo e espero que o meu partido se negue a tamanha monstruosidade. Pertenço a um partido em que muitos dos seus militantes foram mortos porque se negavam a dar informações de quem era militante, para assim preservar a continuidade do Partido. Nos tempos que correm muita coisa pode acontecer e sabe-se perfeitamente que os comunistas são sempre um alvo a abater, sempre o foram, incomodam muita gente, sempre incomodaram.
Estes "socialistas" querem agora saber quem somos nos, querem controlar a nossa actividade partidária. Muito me admira certos moralistas que existem dentro do PS e que se dizem de esquerda como o Sr. Manuel Alegre e mais alguns, ainda pertençam a um partido politico que como já disse aqui muitas vezes de socialista só mesmo o nome. Apregoar aos sete ventos que se esta contra certas medidas mas depois na pratica vota-las com a tal ridícula "declaração de voto" como este senhor faz, penso não ser a opção mais correcta. Estas são leis mais parecidas com as do antigo regime do que leis de um estado Democrático.
Apelo a indignação geral de todos quantos ao longo destes anos deram a sua vida pela liberdade, mesmo muitos socialistas militantes, para que se insurjam contra esta lei e que não deixem que a liberdade individual seja posta em causa. A Constituição da Republica Portuguesa protege todos os cidadãos, espero que o Presidente da Republica a faça cumprir e vete a lei.

Oscar Niemeyer - Biografia


Oscar Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro RJ 1907). Arquitecto. Forma-se, em 1934, em arquitectura pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Nesse período, frequenta o escritório de Lúcio Costa. Em 1936, integra a comissão formada para definir os planos da sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, sob supervisão de Le Corbusier, a quem assiste, como desenhista, durante sua estada de três semanas na cidade. Apresenta a solução adotada na construção do edifício, baseada no primeiro projecto do arquitecto suíço. Entre 1940 e 1944, projecta, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o conjunto arquitetônico da Pampulha, que se configura num marco de sua obra. Em 1945 filia-se no Partido Comunista Brasileiro, onde se mantém ate aos dias de hoje. Em 1947, é convidado pela ONU a participar da comissão de arquitectos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. O seu projecto, associado ao de Le Corbusier, é escolhido como base do plano definitivo. No Rio de Janeiro, em 1955, funda a revista Módulo. Em 1956, inicia, a convite do presidente da República, JK, colaboração na construção da nova capital, cujo plano urbanístico é confiado a Lúcio Costa. Em 1958, é nomeado arquitecto-chefe da nova capital e transfere-se para Brasília, onde permanece até 1960. Em 1972, abre um escritório em Paris. Autor de extensa obra no Brasil, realiza também grande número de projectos no exterior, como a sede do Partido Comunista Francês, em Paris, 1967; a Universidade de Constantine, na Argélia, 1968; a sede da Editora Mondadori, em Milão, 1968. Tem sua obra exposta em mostras individuais, como Oscar Niemeyer, L'Architecte de Brasília, no Musée des Arts Décoratifs, Paris, 1965; Oscar Niemeyer 80 Anos, no MAM/RJ, 1987; Oscar Niemeyer: escultura, no MAC/Niterói, 1999, entre outras; e coletivas como From Aleijadinho to Niemeyer, no Salão de Exposições da ONU, Nova York, 1983, e Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal, São Paulo, 1984. Recebe, entre muitas outras homenagens e distinções, a Ordem de Comendador das Artes e Letras e a Medalha de Ouro da Academia de Arquitectura de Paris, 1982; o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de São Paulo, 1995; e o Prémio Leão de Ouro, na 6ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza, 1996.

Ainda nos dias de hoje continua a trabalhar. A sua vida foi pautada pelo luta em defesa dos mais fracos e oprimidos. Nunca se rendeu ao poder do capitalismo. Esteve sempre do lado certo. Um homem com uma formação moral e intelectual acima da media. Sem duvida um cidadão do mundo.

Oscar Niemeyer fez cem anos



"O importante é a vida"
É com esta simplicidade que Oscar Niemeyer, desenrolando as evidências com a mesma certeza da mão que risca no papel um dos seus projectos extraordinários, se revela o Homem em que vive, em estreita convivialidade, o comunista e o arquitecto. Realidades que nunca se dissociam, surgindo a cada passo da sua vida evidenciando uma genialidade e uma generosidade, ambas legendárias.
«A Arquitectura? Vale a pena repetir: o importante é a vida, os amigos, este mundo injusto que devemos mudar. O resto…Vivemos num regime capitalista,e os seus governantes, por mais progressistas que sejam, nada de essencial nos oferecem. Representam essa sociedade de classes, de ricos e pobres, de sem-terra,de sem-tecto, que só a revolução pode modificar.»(1)

Generosidade transbordante não só nos gestos mais triviais, cujo relato incomoda Oscar, mas os mais grandiosos, como o de ter prescindido de ser o titular do projecto do edíficio-sede das Nações Unidas em favor de Le Corbusier, por saber do extremo empenho desse seu mestre, amigo e admirador, em o realizar. Deixar de ser autor desse projecto emblemático para se tornar um quase anónimo colaborador, depois de ter ganho o concurso público internacional quando Niemeyer, embora já sendo conhecido, ainda estava muito longe da fama que uns anos depois adquiriu por mérito próprio, é certamente incompreensível para a esmagadora maioria dos arquitectos contemporâneos, cavalos de raça: arquitectura, prémio, medalha no dizer pitoresco de Paulo Mendes da Rocha, gente que se morde sem olhar a meios à porta de papel couché das revistas do glamour arquitectónico e que considera os concursos prescindíveis a favor da entrega directa de obras desde que seja a si-próprio, a mais das vezes em função de um mérito adquirido em suado marketing.Nos antípodas dessa gente está o comunista, o arquitecto, o homem Oscar Niemeyer, a infinita grandeza de alma num corpo fisicamente pequeno de incomensurável estatura humana, de trasbordante imaginação e criatividade que o tornam no arquitecto do século XX, no político sem desvios ideológicos, numa das figuras centrais do seu tempo e da História de todo o sempre.A arquitectura de Niemeyer rapidamente começou a ser conhecida. Logo nas primeiras obras o arquitecto libertava-se dos frios constrangimentos da função, sem deixar de a cumprir com rigor, para expandir a imaginação explorando até ao limite as possibilidades técnicas proporcionadas pelos novos materiais de construção. Libertava-se dos espartilhos do modernismo mais extremo, com uma linguagem muito própria que fazia a leitura dos lugares geográficos, da sua realidade física para dar corpo a objectos arquitectónicos incomparáveis. Quando Niemeyer diz que a natureza desconhece a linha recta, não está a fazer retórica, está a estabelecer um diálogo aberto entre a arquitectura e a natureza e a transpor esse diálogo para um desenho substantivo que desenvolve com mestria sem supérfluos. Nada é dispensável e tudo se torna e descobre coerente. Niemeyer não desenha contra a natureza, esteja ela virgem de sinais construídos ou poluída por ordenamentos ou desordenamentos edificados. Recupera-a para fazer da natureza material de arquitectura. É assim dos seus primeiros aos últimos projectos: na Pampulha, a deslumbrante curva parabólica da Igreja de S. Franscisco de Assis a fazer desaparecer paredes e cobertura unindo-as numa forma única; o edifício Copan, em S. Paulo, corpo ondulante de movimento sublinhado pela sobreposição de finas linhas horizontais, ameaçando ir até à lua, fronteira entre o interior e o exterior de grande delicadeza e sensualidade que adquire uma enorme força visual atirando para segundo plano a solução técnica encontrada para, em curva e contracurva, contraventar o corpo edificado e resolver a dificuldade de construir com aquela dimensão sem recurso a pesada estrutura; continua a ser assim na sede do Partido Comunista Francês em Paris onde o terreno onde está implantado é radicalmente transformado por um edifício que parece flutuar atrás de uma cúpula que marca a confluência de duas avenidas limítrofes que fazem duro e apertado ângulo agudo; continua a ser assim no Museu de Arte Contemporânea em Niteroi, flor-ovni suspenso no extremo de uma falésia à beira mar. Quase cem anos entre o primeiro e o mais recente projecto, a imaginação que se plasma nos desenhos contínua jovem para assombro do mundo. Poder-se-ia desfiar o resto do rol de projectos de arquitectura que continuam a sair da mão, sobretudo da cabeça genial de Niemeyer para continuar a descobrir em cada um deles a extraordinária inventiva que se, por um lado, libertou a arquitectura dos espartilhos funcionais que a esqueletizavam, apagando o valor da forma arquitectónica para se satisfazerem na aridez de ver o tubo digestivo funcionar com precisão relojoeira, por outro, nunca resvalou nos maneirismos patéticos que subalternizam o uso para que se projecta acenando com as gloríolas de frustres iconografias, um decorativismo de adereços que enxameiam até ao bocejo as revistas de arquitectura. Próximo do seu modo de pensar e fazer arquitectura estiveram os construtivistas soviéticos explorando novos materiais, novas técnicas levando o «espaço arquitectural» aos limites da imaginação desamarrando-se do racionalismo funcional sem perder o seu sentido.Arquitectura e políticaLá está Brasília para o mostrar! O tempo em que se projectou a cidade, quatro anos apenas, ainda continua a espantar o próprio Niemeyer e é bem reveladora da espantosa intuição, feita de muito e muito trabalho, do arquitecto que, com um traço despojado, desenha com extraordinária clareza edifícios monumentais e blocos habitacionais dando corpo ao plano piloto de Lúcio Costa. É igualmente emocionante olhar para os projectos construídos e olhar para os desenhos desses projectos. O que desilude Óscar é que a «sua» cidade que só será «sua» quando houver uma outra política mais justa, uma sociedade sem classes. Essa sociedade burguesa, capitalista que rasteirou miseravelmente o que projectou e construiu em Brasília conseguindo com um artificio malévolo na aplicação das celebradas leis do mercado impor a discriminação social entre as duas alas habitacionais com tipologias rigorosamente iguais, impondo preços de venda e aluguer brutalmente diferentes entre a ala nascente e a poente. Será porque o sol que nasce de um lado é diferente do que se põe no outro? Não, o sol quando nasce neste mundo não é igual para todos.«Você é arquitecto para fazer o quê? Uma excepção ou outra!? No Brasil faltam doze milhões de habitações e você é arquitecto para esperar por um cliente rico, para fazer um palácio, um teatro, um museu? Você vai fazer uma casa diferente de outra, de “arquitecto”? Ter obras de arquitectura como facto isolado, não faz sentido», diz Paulo Mendes da Rocha. Assim pensa também Óscar Niemeyer a fazer centenas de obras de excepcionais, sejam as escolas que acaba de desenhar para oferecer a Cuba em que ele quer que a arquitectura seja um incentivo para o prazer de aprender seja na catedral de Brasília, deslumbrante vista do exterior mais deslumbrante, se possível, quando se percorre um corredor enterrado, obscurecido para, subitamente, se ter uma explosão de luz coada por vitrais fantásticos ou na forma aparentemente simples do Hotel Casino do Funchal, que marca a paisagem e o turismo da Madeira de forma diferente, exemplar.A luta vale a penaA revolta de Niemeyer cresce com as injustiças, com a exploração, a violência, legal ou ilegal, que é o ADN desta sociedade. «Às vezes o (José Aparecido) nas suas idas às cidades-satélites. Logo um grupo de moradores o cerca, aflito por velhas promessas – promessas centenárias – a implorar ajuda dos sucessivos governantes. Pedidos humildes, mas fundamentais para os que lutam por subsistir, dentro dessa discriminação odiosa que o capitalismo institui. Não reivindicam casa para morar, mas apenas um pedaço de terra que também lhes pertence e que nada representa num país imenso, um verdadeiro continente. Passei a compreender então como nós, arquitectos, estávamos enganados quando pensávamos nos grandes complexos populares, nas casas pré-fabricadas, moduladas e económicas, que a técnica actual oferece. E senti, dentro da realidade brasileira, que a miséria do povo é maior, muito maior – tão grande que os nossos irmãos mais pobres só reclamam um pequeno lote onde possam construir seus míseros barracos.» (2) A arquitectura? Indigna-se com a sociedade capitalista, indigna-se quando partidos comunistas perdem o espírito revolucionário, acomodando-se até miserável apagamento. O seu compromisso enquanto homem e arquitecto é, sempre foi, político e social.«Afinal o que vocês comunistas pretendem? Mudar a sociedade respondi. O homem dirigiu-se ao rapaz que batia á máquina: escreve aí… mudar a sociedade. E o dactilógrafo, voltando-se para mim, retrucou: Vai ser difícil.» (3)Pois vai, camarada Niemeyer, pois vai mas olhando para ti, olhando para a tua arquitectura, para os cem anos de vida que acabaste de celebrar, sabemos que, sem nenhuma esperança teológica, se fará. Não se pode é desistir de lutar.

(1) O comunismo, os comunistas continuam a incomodar muita gente. Um tal Rui Caruana, arquitecto, deduz, no Ypsilon do Público, que «o Óscar escolheu entre dois monstros. Entre Estaline e Hitler, escolheu seguir aquele que não defendia a supremacia de uma raça sobre a outra». O jornalista conclui que isto é contextualizar. Quando se levanta um pouco a tampa da cabeça dessas criaturas o fedor é insuportável e revela imediatamente o seu conteúdo.

(2) Citando parte deste texto de Niemeyer, a celebrada historiadora de arquitectura e arquitecta Ana Vaz Milheiro consegue extrair a tese extraordinária que é a do fim da inocência da arquitectura que a aliviam de compromissos ideológicos e sociais que impediam a sua progressão. O resto do texto tem outras teses de jaez equivalente. Ou isto se inscreve na vigarice intelectual normal que permite as mais mirabolantes piruetas ou a velocidade de circulação da senhora é muito reduzida. Provavelmente estão as duas hipóteses correctas.

(3) Relato de Óscar Niemeyer de um interrogatório policial a que foi submetido.


(Texto de Manuel Augusto Araujo tirado do Jornal Avante)

PS quer controlar BCP


O PS está neste momento a tentar controlar o maior Banco Português privado. Em troca o PPD/PSD quer ficar com a direcção da Caixa Geral de Depósitos. Grave muito grave o que se esta a passar. Continuam os dois maiores partidos a fazer coligações para servir as suas clientelas politicas. Isto aqui nesta terra quem não tiver cartão de militante de um destes dois não se safa.

Ninguém denuncia os empréstimos feitos a accionistas do Banco. Isto parece mais uma terra sem rei nem Roque, ninguém vai preso. A um pobre que roube chama-se Ladrão, um rico faz um Desfalque. Jogos de interesses estão por de traz destas situações que tem acontecido no Millenium / BCP.

Sendo um imperativo reclamar o esclarecimento e o apuramento de responsabilidades sobre as tais situações «gravíssimas», o que este novo episódio vem confirmar, é que por detrás do sistema financeiro, há uma realidade oculta por onde circulam vastas somas de capital sem controlo, um mundo onde o segredo é não só a alma mas a regra do negócio. O nervosismo e o frenesim que se apoderou desta gente, o seu estado de inquietação e desconforto, em claro contraste com a majestática imagem com que os bancos se gostam de apresentar, é revelador de que a maioria de nós não sabe da missa nem a metade. Nos não sabemos mas eles sabem muito bem. Indigna-me esta situação.
Tenho vergonha de ter gente desta a governar a minha terra.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Prenda de Natal de Socrates


Agora começo a perceber porque o nosso primeiro oferece GPS a toda a gente. Anda tudo perdido e andam a ver se encontram uma saída neste caminho atribulado em que nos meteram. Ontem durante o almoço de Natal com os ministros do seu Governo - a que se juntaram depois os secretários de Estado para o café ( não havia comer que chegasse para tanta gente) - Sócrates ofereceu a cada um dos governantes aparelhos GPS com tecnologia portuguesa. Oferecer GPS tem sido, aliás, uma das "manias" do primeiro-ministro durante este ano. Em 25 de Outubro passado, ofereceu um aparelho destes ao Presidente russo Vladimir Putin, por ocasião da cimeira União Europeia-Rússia, em Mafra. José Sócrates já tinha dado a mesma prenda aos chefes de Governo e de Estado que vieram a Lisboa para a cimeira informal da União Europeia que reuniu em 19 e 20 de Outubro. Os que deu agora devem ter sobrado dessa altura. Não devem ter chegado para dar aos Chefes de Estado da Cimeira de África (era muita gente), por isso deu agora os que tinha em stock.
Podia ter escolhido outra prenda que poderia ser um par de patins, assim sempre podiam ser corridos todos mais depressa.

Prenda de Natal para a Juventude


Depois de governos anteriores terem tirado o credito jovem bonificado e arranjado um outro sistema para apoiar os jovens para o aluguer de casa, os "socialistas" preparam-se para dar mais uma prenda a estes mesmos jovens e vão alterar a lei que regula este mesmo incentivo, alterando os seus critérios. Só para se perceber bem, a grande maioria dos jovens candidatos ao subsidio vai deixar de o ser e para cumulo serão precisamente aqueles que menos ganham que vão deixar de o receber.
Decorreu ontem em Lisboa, Porto e Coimbra protestos contra este novo sistema de apoio ao arrendamento jovem, cujas candidaturas da primeira fase foram alargadas até ao próximo dia 28. Os jovens envolvidos nessas acções contestaram as regras do programa, nomeadamente os tectos máximos definidos para as rendas a apoiar, considerando-os "perfeitamente irrealistas".O Porta 65 veio substituir, este ano, o Incentivo ao Arrendamento Jovem (IAJ), e ao contrário do anterior programa (que chegava a comparticipar as rendas em 75%), o actual apenas comparticipa até metade do valor, e dentro de determinadas condições.Se for um T1 em Lisboa, a renda não pode ser superior a 340 euros por mês. Se for no Porto, só pode ir até 220 euros, segundo a portaria do novo programa."Os valores agora propostos foram definidos com base numa análise objectiva, tendo em conta os dados do INE e a informação de que o Instituto da Habitação dispunha dos contratos do IAJ do ano anterior", disse o secretário de Estado João Ferrão.
Mas que raio de tectos são estes. Onde e que estes senhores vivem para pensarem que existem rendas em Lisboa ou no Porto por estes preços. Dão com uma mão e tiram ao mesmo tempo com as duas. Ficam mais pobres os pobres dos jovens. E ainda querem eles que se aumente a população. Por este motivo e por muitos outros e que os jovens cada vez casam menos e se o fazem ficam a viver em casa dos pais. Estes "socialistas" dão com cada prenda de Natal.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

"Quando um Homem Quiser"




"Quando um Homem Quiser”



Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme

Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigoÉs meu irmão



Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei

Fatias de tristeza em cada alegre bolo rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo És meu irmão




Poema de Ary dos Santos

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

" O Espírito da Quadra"


Anda tudo louco. As ruas andam cheias de gente, tudo anda num reboliço, de um lado para o outro, toda a gente têm pressa de chegar a um sítio, não interessa onde seja, o importante é chegar. Encontrões, solavancos, mais uns apertões, mais uma corrida para apanhar a loja ainda aberta, ter atenção ao carro mal estacionado por causa da multa. E ainda temos de levar com a simpatia de todo o gente que julga que por ser Natal todos os males do mundo se resolvem porque de repente temos o “ Espírito da Quadra”. Sempre ouvi dizer esta frase nesta altura.
Mas que raio de espírito é este ???
Só nesta altura é que olhamos para o lado e vemos de facto as pessoas ???
Quer dizer o resto do ano andamos ás cegas. Colocamos uma venda nos olhos e nem sequer reparamos nos outros. O “Espírito da Quadra” penso que não será bem isto. Não são precisas prendas para agradarmos aqueles que mais amamos, muitas das vezes basta uma palavra, basta um gesto, para confortamos aqueles que mais queremos. Quando deixarmos de entender o Natal como uma quadra de consumismo em que muita gente compra tudo e mais alguma coisa (até merda ensacada, caso estivesse à venda), e se cingisse ao essencial, aquilo que verdadeiramente faz falta , ai sim teríamos o espírito da “coisa” todos os dias. Talvez assim não existisse tanta injustiça nesse mundo e aqueles que têm dinheiro pensassem que o Mundo não gira à volta dos milhões que “roubam” aqueles que produzem para lhes encher os bolsos.

Festejemos o Natal todos os dias do ano, amando, rindo, prestando ajuda, sendo solidários, lutando ao lado daqueles que sofrem porque perderam o emprego, porque estão doentes, porque estão sozinhos. Este sim é o tal “Espírito da Quadra” que eu compreendo que deve existir, o outro eu abomino cada vez mais.

O Natal dos que perdem o Trabalho


O Sol quando nasce deveria ser para todos. Assim como o Natal. Mas sabemos bem que isso não corresponde a realidade. Mais uma fabrica a fechar e o patrão a tentar deslocar a maquinaria para fora do pais. Desde a passada sexta-feira que 90 trabalhadoras de uma fabrica de confecções em Lousada estão de vigília para garantir os seus direitos.
O patrão alemão tinha mandado embalar as máquinas e cinco camiões preparavam-se para carregar o equipamento e levar tudo dali. Pela calada, Imediatamente, as trabalhadoras apareceram na fábrica. Foram informadas que acabavam de ser despedidas.

Falta de trabalho nunca existiu, existe sim a ganancia de ganhar mais e mais. Com sete outras fábricas na Tunísia, onde a mão-de-obra é mais barata, este empresário prepara com afinco o seu Natal, esquecendo estas mulheres que também são gente como ele.

Aproveitam alguns esta época para fazer as sua benfeitoria e festas de solidariedade para quem mais precisa. Mas destas mulheres ninguém se vai lembrar na noite de Natal. E sei que elas vão estar ali, a porta da fabrica, numa noite que possivelmente será fria e sem solidariedade daqueles que podem resolver o problema.

Viva a Globalização, Viva o Natal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O Tratrado dos Tristes

Quer queiramos quer não, existem duas Europas, a dos ricos e poderosos e a dos pobres e subjugados. Infelizmente a segunda, predominante entre os Estados membros faz com que estados como Portugal se ajoelhem aos grandes de uma Europa tecnocrata e financeira, onde os interesses sociais são levados para segundo plano. Nos Portugueses cada vez nos afastamos desta segunda vaga de europeus para passarmos a ser, qualquer dia, uma região deste vasto estado que pretendem criar, o estado federalista. Perdemos soberania, poder de decisão, estamos aos poucos a perder a nossa identidade cultural e ate humana, para nos tornarmos igual aos outros neste grande emaranhado de países de "Fast-Food" que querem fazer desta UE.
Este tratado agora assinado é sem duvida um péssimo exemplo da forma como a Democracia é encarada pelas cúpulas da União Europeia. Contornar a vontade popular numa questão desta envergadura mostra até que ponto a União Europeia é uma coisa e a Europa é outra, completamente diferente. Cada vez mais as decisões referentes à nossa vida são tomadas por um conjunto de burocratas mais ou menos desconhecidos e que se guiam por uma filosofia (chamemos-lhe assim) obscura e ditada ao sabor dos interesses dos grandes países europeus, nomeadamente a França e a Alemanha.Não estou a ver bem como tudo isto irá acabar mas, com o tempo, esta União dos eurocratas irá definhar e morrer de morte mais ou menos natural. Disso podem estar certos. O povo a seu tempo vai abrir os olhos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

"Milagres " em Cuba



Quem viu não ficou indiferente. A reportagem dada ontem na TVI sobre uma Clínica de Reabilitação em Cuba foi elucidativa de como se devem tratar pessoas que por muitas e variadas razoes são "diferentes" das demais. São muitos os estrangeiros que a procuram e cada vez mais os portugueses recorrem a ela para tentar minorar as deficiências de muitas das nossas crianças e também alguns adultos. Muito trabalho dedicação e muito, muito amor foi o que mais me transpareceu daquela reportagem.
Só gostava de perceber se eles o conseguem, porque os outros países não o fazem ??? Foi muito emocionante para mim ver um verdadeiro "milagre". Vi meninos que entraram sem andar e saírem pelo seu próprio pé, vi crianças que não comiam pela boca, que ate ai eram alimentadas por sondas, a comerem. Senti emoção e muito respeito por aquele conjunto de pessoas que trabalham afincadamente na recuperação destas pessoas.Agora verifiquei também que o Estado Português não comparticipa na ajuda a estes pais que com sacrifícios muitas das vezes recorrendo há caridade, levam ate Cuba os seus filhos na esperança de uma recuperação.
Interrogo-me se nos países ditos de civilizados e avançados as crianças por exemplo com paralisia cerebral se são de facto tratadas. Os estados não ligam ou não querem ligar, ou melhor não estão para gastar dinheiro no tratamento. Mas para quem tem um filho/a com este tipo de deficiência luta muito para dar a melhor qualidade de vida a estas crianças. Era muito bom que os bons exemplos fossem seguidos e os Estados não ambicionassem o lucro com a saúde como acontece aqui em Portugal e pelo mundo fora.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A "Arte" de Dizer Mal


Um blogue serve, essencialmente, para dizer mal. Uns mais que outros (e venha cá aquele que não gosta de dizer mal). Mas, como estamos tão habituados a ouvir falar mal de tudo, torna-se difícil ser original. Dizer mal, não é, infelizmente, uma opção. Ou melhor, é uma opção, mas irrecusável. Por muito que não se queira, não se consegue deixar de dizer mal. Claro que existem aqueles portugueses que dizem mal de tudo. É algo genético, dominante, embutido e aperfeiçoado de geração em geração. Aliás, se o povo português, não dissesse mal, faltava-lhe assunto. E por isso, engordava. Deixava de ir à missa. Mas se continuamos a escrever para dizer mal, isso acontece porque temos motivos para isso. Somos de extremos, umas vezes adoramos o nosso cantinho e colocamos bandeiras na janela, outras detestamos o fado que carregamos dos nossos antepassados. Mas dizer mal continua a ser uma arte.
Nos meus Posts continuo a dizer mal do Sr. Sócrates e a cascar nos políticos que temos, porque infelizmente são um bando de mentirosos, falsos e aldrabões. Quando chegam ao poder esquecem aquilo que prometem ao povo e fazem aquilo que muito bem lhes apetece, não para bem de todos mas só de alguns.
Enquanto existir gente desta laia vou dizer mal.
Mas depois existem os outros que durante " uns minutos " , passam a ver Portugal como o melhor país do mundo, sem compreender como alguém pode dizer mal de um país com pessoas tão maravilhosas e acolhedoras, com tão bom futebol, comida, clima e vinho bom. Mas isso por pouco tempo, porque depois começam a dizer mal também. Gostava de saber onde estão aqueles que votaram na "mãozinha".
Agora ninguém votou neles. Eu pelo menos conheço poucos. Será que imigraram ????

Pena de Morte

Sempre fui e sempre serei contra a pena de morte. Acho que as sociedades evoluem e como tal esse tipo de condenação não deveria existir. A justiça dos homens falha muitas das vezes prendem-se inocentes, enquanto que os verdadeiros criminosos continuam a monte. Muitos países ainda usam este tipo de condenação. Nos EUA muitos Estados a praticam. Infelizmente quem não tem dinheiro nunca pode provar inocência e muitas das vezes paga injustamente por crimes que não cometeu. Como este ultimo caso conhecido.
Um homem de 55 anos foi absolvido por um júri de Chittanooga, no Tennessee, após ter passado mais de 15 anos no corredor da morte por um homicídio que não cometeu. Michael McCormick foi condenado à morte em 1987 pelo homicídio de Donna Jean Nichols, uma jovem de 23 anos morta a 14 de Fevereiro de 1985 quando saía de uma discoteca, e cujo corpo foi encontrado no parque de um centro comercial. Após anos de batalha jurídica, o primeiro processo acabou por ser anulado. Testes de ADN efectuados em cabelos encontrados pelos investigadores, um elemento de acusação essencial no primeiro processo, permitiram demonstrar que estes não pertenciam a McCormick. Segundo as imagens de uma cadeia de televisão local, McCornick, ao ouvir o veredicto, ficou estupefacto durante alguns minutos e acabou por se abraçar aos seus advogados lavado em lágrimas.
E se a condenação já tivesse sido feita, quem daria vida a este homem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A Força do Porto


Nunca aqui no meu Blog falei do meu clube do coração. Chegados quase ao Natal ele continua invencível. Vai na frente com sete pontos de distancia do seu eterno rival da Luz. Mas este clube não para. Sempre atento a iniciativas capazes de contribuírem para a difusão universal, o F.C. Porto decidiu associar-se ao projecto «Dragões em África», que consiste numa expedição cuja finalidade principal é fazer chegar uma mensagem do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa às delegações de Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique) e assim fortalecer o sentido de expansão azul e branco. Nunca pensei que este meu clube tivesse tantos adeptos por aquelas bandas, mas de facto assim acontece. Segundo o relato de uma amigo meu a trabalhar por Luanda que me diz que o Porto tem junto da população local uma forte implantação, talvez mais que o Benfica.

Determinado a enaltecer a dimensão universal do F.C. Porto, o projecto «Dragões em África» permitirá certamente fazer vibrar de emoção os muitos adeptos azuis e brancos distribuídos pelas 45ª e 57ª delegações do clube em África.

E assim se vai tornando este clube, num dos maiores clubes do mundo, por certo não seremos os seis milhões de adeptos que uns e outros dizem ter mas de vitoria em vitoria iremos ultrapassar os que se dizem os maiores do mundo. Estou certo disso.

Militante do PCP s/ serviço religioso


Esta está de gritos, em Silves a igreja local recusou-se a prestar o serviço fúnebre a uma militante do PCP. Parece que a igreja faz distinções entre o seu rebanho, há aqueles que por terem outras convicções politicas são castigados na hora da morte. Julguei estar a ler o jornal do principio do século XIX, mas não, esta foi mesmo verdade. A igreja demonstra assim o seu total desprezo pelas pessoas que não prestando vassalagem aos seus dogmas não respeita as suas convicções politicas ou religiosas. Somos um estado laico e como tal estes senhores padres e afins devem respeitar a diferença entre religião e politica.

Bem faço eu que dessa corja quero distancia (padres, bispos papas) tenho as minhas convicções mas essas ficam mesmo para mim. Só mesmo um Mr. Benn Papa para nos fazer rir.