quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Poder de uma base de dados


Cada vez mais me interrogo sobre a necessidade de bases de dados, de chips e coisas do género. Somos todos cada vez mais vigiados, ordenados, estratificados, controlados, sem darmos conta disso.

Nesta Europa "tolerante" e democrática um tribunal italiano ordenou que o governo pague 100 mil euros a um homem que necessitou de refazer o teste de condução por ser gay. Eu conto a História. Danilo Giuffrida, de 26 anos, disse aos médicos que era homossexual durante um exame para o serviço militar obrigatório. A partir desse dia nunca mais teve sossego. A informação foi passada para os ministérios da Defesa e dos Transportes, tudo através dessa tão revolucionária base de dados. Giuffrida foi então obrigado a refazer o exame de condução para voltar novamente a ter o direito de conduzir, é que a sua carta ficou suspensa por causa dos seus “distúrbios de identidade sexual”. Ele passou no teste pela segunda vez, mas a carta foi renovada por apenas um ano, ao invés dos tradicionais dez anos, tudo por causa da sua homossexualidade.Para concluir só dizer que o tribunal veio agora dar-lhe razão e dizer que a homossexualidade não pode ser considerada uma "doença mental".
O que está em causa não será tanto estas bases de dados mas o modo como elas são utilizadas e por quem são utilizadas. Era como a história de que os partidos políticos aqui em Portugal teriam de apresentar as suas listas de militantes no Tribunal Constitucional, para fazerem prova de que teriam mais de 5000 militantes. Parece que estou mesmo a ver, os patrões ( alguns ) a "consultar" essas listas para saberem quem devem ou não contratar, não fossem por engano contratar algum comunista, ou despedir aqueles que o fossem. Este sem duvida é um dos perigos de uma base de dados.
O que eu digo em relação ao exemplo citado é que em vez de caminharmos para uma Europa mais tolerante, penso estarmos a regredir ao tempo da inquisição. Este é sem duvida um atropelo aos direitos humanos gravíssimo e que todos nós devemos condenar.

2 comentários:

Maria disse...

Estava a ler o post e a lembrar-me da questão de "fazer prova dos 5 mil militantes"...
Porque não instituem "eles" qualquer coisa por causa dos "distúrbios da mentira política"? Teriam tantos com quem se entreter...
Mas o problema mesmo é a questão persecutória. Esta é apenas mais uma forma camuflada (?) de xenofobia e discriminação racista ou sexista...

Um abraço

samuel disse...

Bom post! Certeiro.

Abraço