terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Reivindicar salários dá prisão


De facto já passaram muitos anos deste que a empresa Pereira Rondão deixou de funcionar. Muita gente não se lembra por certo, pois foram e são tantas as empresas que fecham que não dá para nos recordar de todas. Mas este caso é bastante peculiar. Na altura e em plenário de trabalhadores, decidiu-se que os trabalhadores fossem em manifestação até ás instalações onde estava o gestor judicial nomeado pelo tribunal para gerir a firma. Bem isto tudo foi em 2005. Na altura João Serpa era dirigente sindical da empresa e na referida manifestação foi identificado por agentes da PSP por a mesma ser ilegal, não havia sido pedida a devida autorização. Devo referir que não aconteceram desacatos durante a mesma e que os trabalhadores respeitaram a ordem pública. Qual não é o meu espanto que leio que o referido dirigente sindical foi notificado dia 24 Janeiro deste ano para comparecer em Tribunal no dia seguinte. Ao comparecer no outro dia em Tribunal é nomeado um advogado oficioso e decorre a sessão em julgamento. A sentença foi a condenação a 75 dias de prisão ou o pagamento da respectiva multa. Não está em causa o direito do tribunal em fazer cumprir a lei, o que está em causa é a lei em si. Como pode um trabalhador que luta pelos seus salários, que era disso que na altura se tratava, ser preso ou pagar multa, ter o mesmo tratamento que um criminoso. Indigna-me tal situação. Reivindicar o salário não é crime, criminosos são aqueles que o deixam de pagar. Há qualquer coisa na lei que não bate certo. Os verdadeiros faltosos não se sentaram em Tribunal.

1 comentário:

Anónimo disse...

A este artigo só me atrevo a dizer o seguinte, quem faz as leis neste pais nao saõ "pessoas" sao seres que com toda a certeza nunca tiveram salários em atrazo, nem sequer sabem o que isso é....por isso se atrevem a fazer leis que lhes sirvam tal qual um fato que se compra, e depois a lei aplica-se e pronto é a JUSTIÇA, é cega, é mesmo cega CARA......Helena